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Mãe chora ao denunciar falta de vagas em escolas públicas da Cidade do Povo

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unnamedO governador Sebastião Viana fez umas casas, aliás muito engraçadas: tem aquecedor, mas não tem ar-condicionado, tem ruas, mas não tem muitas opções de lazer , tem mercado, mas não tem escola. Quer dizer, até tem escola, mas os moradores da Cidade do Povo denunciaram, nesta terça-feira, 4 de agosto, que está faltando vagas nos estabelecimentos de ensino. Segundo alguns pais, a espera por uma vaga dura desde que chegaram ao local. A desculpa seria a não entrega de uma nova escola, que está sendo construída no novo bairro de Rio Branco.


A dona de casa Guilhermina Pereira, de 39 anos, lamentou a situação e conversou com o ac24horas. Com três filhos em casa, a mulher já não sabe o que fazer para conseguir colocar as crianças na escola.

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“Como eles não tem como ir à escola, eles ficam em casa. Eu não tenho dinheiro para pagar uma babá, então o jeito é ficar em casa, sem emprego, para cuidar as crianças. É uma vergonha isso que estão fazendo com a gente aqui”, reclama a mãe.


Temendo serem “perseguidos” pela Administração da Cidade do Povo, os moradores preferem sempre se manter escondidos. Um deles chegou a dizer que tem medo de perder a casa por estar reclamando um direto legítimo. Por isso, o portal não apresentará os rostos dos pais dos menores.


“A minha vontade é de estudar, só isso. Eu quero ser médico, mas do jeito que não tem as vagas acho que nunca vou ser. Eu trabalho numa marcenaria cortando madeira, pelo menos eu não fico em casa sem fazer nada. Lá na minha casa meus pais são diaristas e o resto é o dinheiro do Bolsa Família, aí eu tenho que ajudar em casa, mas eu quero mesmo é ir para a escola”, desabafa um dos menores, de 16 anos.


A vizinha de Guilhermina, a empregada doméstica Renata Silva, conta que já procurou por diversas vezes as escolas da Cidade do Povo, mas a informação é sempre de que não há vagas, e que só haverá quando a nova escola da comunidade foi inaugurada, o que ainda não tem data definida para acontecer.


“Aqui é um sufoco a nossa vida. É longe de tudo. Eu não tinha uma casa muito boa, mas perto de onde eu morava tinha escola, tinha tudo sabe? Eu sou uma pessoa que trabalho dignamente. Meus filhos estavam com notas boas na escola, no primeiro bimestre, mas agora eles precisaram mudar de casa, colocaram a gente aqui e nos esqueceram. Aqui nem vaga tem nas escolas e a gente fica preocupado com essa situação”, lamenta a mãe de duas meninas, uma com 12 e outra com nove anos.


Procurada, a Secretaria de Estado de Educação (SEE), se pronunciou sobre o assunto através de Nota Oficial, e justificou que todos os que desejam estudar possuem esse direito garantido pela instituição. Ainda de acordo com a Secretaria, no caso da Cidade do Povo, atualmente a Escola Raimunda Pará atende alunos dos ensinos fundamental 2, médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).


Segundo a SEE, duas novas turmas (de 6º e 9º ano) estão sendo abertas nesta quarta-feira, 5, para suprir a demanda da comunidade e uma terceira escola será inaugurada em breve com 1.200 vagas para alunos do ensino fundamental 1 e educação infantil. As matrículas já estão abertas e ainda há em torno de 500 vagas.


A SEE esclarece, disse a Nota, que todo aluno que queira estudar tem seu direito assegurado. Os pais que encontrarem alguma dificuldade podem se dirigir à diretoria de gestão da SEE, na Rua Rio Grande do Sul, 1907, Bairro Volta Seca, em Rio Branco.


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