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Cavalgada ou carnaval fora de época? Evento no Acre teve mais quadriciclos do que cavalos

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DSC_0737Tida como uma grande festa de abertura da Expoacre, a grande cavalgada que, em anos passados, reunia mais de dois mil cavalos agora não chega a 500. O nível de exigências e restrições no uso de animais está desfigurando a abertura da feira, que se parece, cada vez mais, a uma dessas festas de carnaval fora de época


A decisão de disciplinar a cavalgada para coibir os excessos de alguns no trato com os animais e pessoas acabou por esvaziar o evento de seu principal protagonista: o cavalo. Tida como uma grande festa de abertura da Expoacre, a grande cavalgada que, em anos passados, reunia mais de dois mil cavalos agora não chega a 500. O nível de exigências e restrições no uso de animais está desfigurando a abertura da feira, que se parece, cada vez mais, a uma dessas festas de carnaval fora de época, com gente embriagada na avenida e brigas generalizadas.

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Para os pecuaristas, a cavalgada, uma festa do produtor rural, em que mostrava-se a força da agropecuária e especialmente de sua cultura, está reduzida a isso. Um grande negócio de carretas temáticas que exploram comercialmente os jovens vendendo camisas (abadás) e outras licenças exploratórias. Ou seja, a cavalgada virou uma “carretada”. “Virou um comércio. Há anos eu não participo desse evento”, lamenta o pecuarista Tiago Texeira, que deixou de participar do evento que para ele deixou de ser do “produtor rural”.


O pecuarista Junior Betão tem a mesma opinião. “Infelizmente agora perdeu a sua essência. Tinha mais triciclo do que cavalo”, lamenta um dos principais pecuaristas do Acre.


Por outro lado, o empresário Hamilton Brito, dono de uma comitiva e importante colaborador da cavalgada, diz que o evento continua com os mesmos propósitos, e mais: a cada ano vem melhorando e está mais organizada.


Para ele o que ocorre hoje é que a cavalgada “cresceu e agora há um conjunto de atrações num mesmo evento”.
“Não perdeu nada da sua essência. Pelo contrário, a cavalgada ficou maior, mais participativa, foi isso que aconteceu. As pessoas, por exemplo, que ficam nas calçadas vendo a cavalgada passar elas querem ver a comitiva passar, querem ver os cantores. Foi isso que aconteceu. Esse ano foi muito bem organizado, muito bem elaborado. A cada ano vem melhorando”, disse Brito.


Este ano, o governo do Acre através da Secretaria de Turismo resolveu trabalhar efetivamente na organização do evento em parceria com os seus realizadores.


Para a secretária de Turismo, Rachel Moreira, a cavalgada se tornou uma festa macro em que toda a população quer participar, porém nem todas as pessoas possuem “cavalos ou são pecuaristas”.


“A festa tomou uma proporção muito grande, como a Expoacre cresceu, com o Estado cresceu. Não dá mais pra pensar naquele modelo de comitiva tradicional porque não vai chegar mais naquele modelo. A população ela quer participar, ela não tem cavalo, ela não é pecuarista, ela não é criador. Claro que é linda a festa só a cavalo, mas a festa tomou uma proporção muito grande”, completou.


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