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Governo monta batalhão de choque para enfrentar Vagner Sales na Aleac

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debate_02Com as galerias lotadas de militantes, dirigentes partidários do PT e cargos comissionados da administração estadual, o governo do Acre montou um verdadeiro batalhão de choque para contrapor o prefeito Vagner Sales (PMDB), que foi convocado para uma sabatina com o objetivo de esclarecer o aumento do número de casos de dengue no município de Cruzeiro do Sul, na manhã desta quarta-feira (3). Sales foi convocado pela deputado estadual Eliane Sinhasique (PMDB), após o governador Sebastião Viana (PT) acusar o gestor municipal de “omissão criminosa” no combate à dengue na segunda maior cidade do Estado.


A deputada Eliane Sinhasique, abriu o grande expediente, destacando que conhece a atuação de Sales. “Ser omisso é deixar de lado, é ser um gestor relapso e, como gestor não fazer absolutamente nada para resolver a questão. Eu Acredito que o governador não tem a menor noção do que aconteceu no departamento de endemias de Cruzeiro do Sul, mas quem vai dizer isso é o prefeito Vagner Sales. Até fevereiro de 2014, a dengue era de responsabilidade do Estado, quando a infestação já estava em 4,2”, disse a peemedebista ao fazer a defesa prévia do gestor municipal do PMDB.


Vagner Sales disse que recebeu a atribuição de fazer o combate preventivo da dengue. “Nunca fugi da minha responsabilidade. No início de 2013, fui pela portaria do Ministério da Saúde, os municípios teriam que assumir a vigilância epidemiológica em saúde municipal. Procurei informações sobre quem pagaria a conta. Resolvi não assumir o combate à malária, já que o município não dispõe de R$ 3 milhões para contrapartida. Perguntei qual a estrutura que tinha. Perguntei por perguntar, mas eu sabia que a estrutura era sucateada. Bati o pé e disse que não assumia o combate à malária desta forma”, destaca.

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Segundo Sales, “ficou a insistência para eu assumir a dengue. Eu disse: fique com a dengue e com a malária de vocês, que o município não tem condições. De tanta insistência eu assumir esta responsabilidade. Quando assumi, eu perguntei qual era a estrutura que o Estado tinha e qual era a estrutura que vinha para o município. Recebi 7 lanternas, 6 martelos, 7 calculados, 6 bacias, 7 trenas, 7 colheres, 7 espelhos e 7 máscaras. Eu vou matar o mosquito com estes martelos? Assinei o contrato de repasse da dengue. Veja a maldade que o estado fez. Eu assumir quando a infestação já estava em 4.2 pontos percentuais, com risco iminente de epidemia”, destaca o peemedebista.


De acordo com o prefeito, o Estado negou atender um ofício que ele solicitava técnicos para fazer o treinamento dos agentes de endemias. “Tivemos que contratar técnicos e nós fizemos nosso próprio treinamento. Pedi capacitação de médicos e enfermeiros que também foi negada. Contratei centenas de pessoas, reforçamos a limpeza e utilizamos todo o maquinário da prefeitura para percorrer os bairros com maior índice de infestação, para tentar resolver o problema. O Governo federal mandou um técnico, ele constatou que estávamos fazendo tudo direitinho. O ministério disse que não tinha dinheiro para ajudar”.


Sales acusou o governo do Acre de adotar medidas de combate á dengue em Cruzeiro do Sul, apenas no período eleitoral. O Estado queria intervir no município, mas mandou fechar o hospital dermatológico. Como era época de eleição, a secretária foi lá e disse que ia resolver o problema da dengue, porque o prefeito é incompetente. Eu disse: agora vai, o governo entrou na questão. Uma confusão danada, campanha na rua esculhambando com o prefeito, acabou a campanha, o estado tirou os carros fumacê e deixou só o hospital dermatológico funcionando, veio embora com o fim das eleições”, ressalta.


O prefeito informou que encaminho um projeto, solicitando R$ 2,5 milhões, mas o só recebeu parte dos recursos, quando a bancada federal do Acre interviu. Sales alega que recebeu apenas R$ 200 mil. “Com a promessa do MS estudar o plano. Os R$ 200 mil só foram repassados após três meses. O Governo Federal manda R$ 64 mil por mês para combater endemias, eu ainda tenho que passar para o Estado R$ 32 mil do que vem. Não vou repassar mais até que o Estado pague o que deve ao município. O governo está devendo o repasse da farmácia básica no valor de R$ 1,2 milhão, que deveria repassar todos os meses para comprar os remédios para colocar nos postos”, finaliza Sales.


Itamar de Sá questiona Vagner Sales


debate_01O representante da Secretaria de Saúde do Acre, Itamar de Sá, foi escalado para fazer o contraponto das informação de Vagner Sales. “Creio que este agravo da dengue, que tem sido o flagelo de Cruzeiro do Sul, não devesse ser tratado de maneira inaugural em uma sessão plenária, numa retorica montada para justificar as falhas, mas não temos a oportunidade de fazer um discursão séria para resolver o problema do povo mais pobre”, disse Sá, ao afirmar que a dengue é uma doença do subdesenvolvimento. “Eu gostaria que pudéssemos entender que temos responsabilidade hierarquizadas”.


Para o gestor estadual, o prefeito Vagner Sales, “sempre constrói muros e cava trincheiras, não constrói pontes para resolver os problema da população. Às vezes, as bravatas resultam em votos. Iniciei uma discussão muito boa com a secretária municipal de saúde, mas às vezes a política atropela muitas coisas boas. Vagner Sales sempre foi um político destemido, de atuação forte, sempre defendeu os mais humildes. Eu quero dizer que no dia que tive noticia da eleição eu acreditei que o principal flagelo estaria nas mãos dele, mas ele se recusou a pactuar as obrigações constitucionais, tão logo que foi feita”, diz Sá.


Itamar de Sá contestou as acusações da falta de apoio feitas por Vagner Sales. “Temos a constatação de que o prefeito se negou a discutir e assumir o flagelo da população que ele sempre defendeu. O prefeito tentou desinformar com uma seria de confusões. Pela forma que ele colocou foi induzido a um grande erro, mas suas informações não são verdadeiras. Malária e dengue faz parte da pactuação básica. Cruzeiro do Sul é o único município brasileiro que não abraçou estas questões. Em ofício, ele elogiou todas as sucatas que criticou neste plenário. ‘tá muito bom, os resultados são extremamente positivos’, afirma Itamar de Sá.


O representante do Estado acredita que o prefeito estaria fazendo um desserviço. “Nós poderíamos fazer um debate na comissão de saúde. Nós estamos enfrentando e tratando a questão da malária com as práticas que já foram premiadas por institutos internacionais, mas o prefeito tenta, de forma jocosa, colocar por terra esta questão dizendo que vai matar mosquitos a marteladas. O prefeito confunde índice de infestação com infecção. Na época o mosquito ainda não tinha condições de transmitir a doença, só desencadeou a transmissão quando picou alguém que estaca doente e depois picou alguém que estava sadio”.


Ele afirma ainda que “em novembro de 2013, caiu R$ 229 mil para se estruturar e fazer o enfrentamento da dengue, mas isso é bom esquecer e não citar. O Estado repassou o que utilizava para fazer o monitoramento do vetor. O Estado não se recusou a fazer o treinamento e a capacitação. Duas capacitações para mais de 70 agentes foram realizadas”, justifica Itamar de Sá, ao atribuir a suposta falha de Sales, na guerra contra dengue. “Um prefeito que passa 138 dias fora do exercício do cargo, em 2014, quatro meses e 18 dias, em 2015, já tem 70 dias de ausência do município, como poderia o prefeito trazer verdades a esta tribuna?”


“O governo determinou que o hospital dermatológico fosse colocado como referência, só depois o prefeito colocou dois postos como referência. O governo investiu mais de R$ 1,8 milhões nesta ação que o prefeito disse que o Estado se retirou. Pasmem, quem está se retirando deste combate é o prefeito. Um dos postos de referência do município passou a distribuir apenas 10 fichas. Quem quiser depois tem que procurar o posto da 25”. Sá questiona ainda a dívida do Estado com a farmácia dos postos de Cruzeiro do Sul. “Não é verdade, aconteceram repasses consecutivos totalizando R$ 743 mil”, finaliza.


A truculência dos deputados da base governista


A sabatina para o prefeito Vagner Sales (PMDB), esclarecer as medidas adotadas pela sua gestão para combater a epidemia de dengue em Cruzeiro do Sul, descambou para os ataques políticos e pessoas dos deputados da base de sustentação do governador Sebastião Viana (PT), contra o peemedebista que pode ter cometido um erro estratégico ao utilizar todo o tempo que foi disponibilizado pelo presidente da Mesa Diretora, deputado Ney Amorim (PT), para expor sua versão sobre a acusação de “omissão criminosa” feita pelo governador Sebastião Viana (PT).


Os deputados que apoiam a administração petista fizeram um verdadeiro bombardeio de acusações contra o prefeito Vagner Sales. Apesar dos alertas do presidente da Casa, Ney Amorim, os deputados Daniel Zen e Lourival Marques, ambos do PT, o comunista Jenilson Lima e Raimundinho da Saúde (PTN) tentaram ironizar e desqualificar a gestão do peemedebista que chega ao segundo mandato à frente da prefeitura de Cruzeiro do Sul. Raimundinho da Saúde, que não consegue ser incisivo com as denúncias do sistema de saúde do Estado, atacou Sales, tentando passar que o prefeito desconhece os procedimentos de saúde.

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Nos bastidores, alguns deputados da base do governo do Acre, destacam que o prefeito Vagner Sales, foi vítima de uma estratégia política que foi articulada durante uma semana, para humilhar publicamente sua atuação como gestor municipal . Eles afirmam ainda que foi montado um “circo” para tentar desqualificar a trajetória política de Sales e evitar sua possível candidatura em 2018. O governistas creditaram o “linchamento público” do prefeito a dois possíveis erros de estratégia. O primeiro da deputada Eliane Sinhasique (PMDB), autora do requerimento. O segundo do próprio prefeito que utilizou todo seu tempo apenas para expor as dificuldades e não se defender dos ataques.


Denúncia de Vagner Sales


Após o encerramento da sessão, o prefeito Vagner Sales denunciou o que ele classifica como “manipulação de informações para impedir o acesso da população de Cruzeiro do Sul ao interior teor do debate”. De acordo com o peemedebista, o governo do Acre utilizou a Rádio Difusora e a Aldeia PM para fazer o pool com emissoras particulares, para os ouvintes tiverem acesso apenas ao discurso do representante da Sesacre e do deputados estaduais que se revesaram na tribuna para atacar sua administração. “Este governo não quer debater problema nenhum. O governador Sebastião Viana (PT) não quer saber de saúde pública, ele pensa apenas nos votos. Meu pronunciamento e os discursos dos deputados de oposição foram cobertos por comentários sobre as acusações contra minha administração. Foi um jogo sujo, rasteiro, que tinha o único objetivo de tentar descredenciar a oposição nas eleições do próximo ano”, finaliza.


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