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Com dinheiro da “mesada”, adolescentes realizam projeto social e ajudam carentes

 


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Enquanto muitos jovens se preocupam em se divertir participando de festas ou bebedeiras, um grupo de adolescentes tem feito a diferença pelas madrugadas de Rio Branco (AC). Elas preparam um “Sopão Solidário” e vão às ruas, mensalmente, para dar de comer àqueles que, por vezes, nada tem para se alimentar.


A experiência deu tão certo que, após uma das colaboradoras ter tido a ideia, outros colegas começaram a apoiar a iniciativa. Com o passar do tempo, o que havia sido criado num projeto escolar acabou se tornando o compromisso de uma jovem que, aos 17 anos, encara a realidade da vida e, não apenas isso, faz algo para ajudar o próximo.

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Além da distribuição, os membros do projeto buscam conversar com as pessoas que vivem naquela situação a fim de oferecer companhia e levar esperança. “Já ouvimos muitas histórias tristes. A gente lida com todo tipo de gente. E o mais gratificante é ver o sorriso nos olhos de quem a gente ajudar a não perder a esperança”, diz Isabelle Araujo, idealizadora da ação beneficente.


Segundo a adolescente, estudante do ensino médio, tudo começou “na gincana da escola. Agente tinha que arrecadar alimentos, enfim, e foi assim que surgiu a ideia. A nossa ideia era não deixar de lado o projeto, mas dar continuidade a tudo isso”, lembra ao dizer que legalmente o trabalho já é desenvolvido há um ano.


“Eu comecei a fazer com o meu pai, e a gente foi chamando mais gente. Antes era no dia das crianças, no natal, dias das mãe. A gente escolhe os bairros mais periféricos. Como a gente já anda nesses locais, a gente já conhece um pouco da comunidade. No Papouco, por exemplo, é pequeno, então a gente sai de madrugada e aí vai deixando sopa na rua mesmo, principalmente para moradores”, afirma.


De acordo com a Isabelle, cerca de 500 pessoas são alcançadas a cada edição do projeto. “A gente consegue alcança um número expressivo de pessoas. Além disso, nós fazemos um levantamento desse pessoa. Não é só entregar a sopa, a gente também conversa, para puder conhecer um pouco daquela realidade das pessoas que nós ajudados”, complementa.unnamed (2)


Após criado efetivamente o projeto, já são 26 sócios [como são chamados os parceiros], destes, como a jovem, todos realizam o trabalho de forma voluntária e contribuem, mensalmente, com um valor simbólico de R$ 20,00, utilizados, sempre, para a compra de materiais para a produção da sopa daquele mês.


Segundo a participante, o maior desafio hoje é a arrecadação de alimentos para fazer a sopa. “A gente tem dificuldade, por exemplo, com os legumes. Nem sempre temos bons produtos doados, então temos que comprar. Geralmente algumas empresas nos ajudam, mas nem smepre conseguimos utilizar todo o legume ou todas as verduras. Como eles não vendem, para não jogar fora, colaboram com a gente. Mas isso não é o suficiente. Quando mais tivermos, mais pessoas vamos alcançar com nosso trabalho”, acredita a menina.


Um dos trabalhos mais “puxados” do grupo foi ajudar durante a cheia do Rio Acre, ocorrida entre os meses de fevereiro e março deste ano, quando o manancial atingiu nível histórico e superou a maior marca dos últimos 132 anos. Foram 350 sacolões distribuídos; um barcos colocado à disposição; e muita água mineral.


Tudo isso fora entregue aos moradores que ficaram alagados. Isabelle conta que nesse momento, o trabalho foi pontual. “Na verdade, durante a alagação, a gente deu preferência para as pessoas alagadas que as vezes tinham medo de sair de casa e ter seus bens roubados pelos bandidos da comunidades em que vivem. Nunca tivemos apoio de ninguém do governo ou da prefeitura. Tudo foi feito com nosso próprio dinheiro ou nossos importantes apoiadores”, ressalta a jovem.


Segundo Isabelle, os pais dos sócios também acabam se envolvendo no projeto. Um deles, inclusive, cede uma caminhonete para fazer o transporte da sopa durante todas as edições. “Nossos pais são os nossos maiores incentivadores. O mais incrível é que conseguimos fazer muitos, ainda que seja com pouca coisa”, analisa.


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*“A GENTE NÃO TEM CAIXA; SOMOS SÓCIOS E NOS JUDAMOS ENTRE SI” – Isabelle Pereira, sócia do projeto social*

No período natalino, o grupo arrecadou brinquedos, roupas, pães e alimentos, tudo para fazer uma farta ceia de natal. Mesmo que realizada dois dias antes, às vésperas do dia em que se comemora o nascimento de Cristo [tido por muitos como a essência da esperança], a jovem contra que o momento foi motivo de alegria para todos os participantes, principalmente para as crianças, muitas delas que nunca tinha visto comemoração do tipo.


“A gente fez de tudo que podíamos. Fizemos o nosso melhor e alegramos a vida de muitos. Que as vezes não tinham um brilho daqueles há muito tempo”, comenta.


Durante o período da alagação, Isabelle acabou ficando muito doente. Ela adquiriu Leptospirose, uma das doenças que mais rápido matam. Transmitida através da urina do rato, a enfermidade chegou a, no mesmo período, tirar a vida de um atleta e cabo do Exército Brasileiro, relembra a jovem.


“Foram momentos muito ruins. A leptospirose que peguei foi de tanto andar na água do rio. Mas isso é o de menos. O mais importante é que estou bem e podemos, juntas, continuar desenvolvendo esse lindo projeto”, diz emocionada.


AJUDE!

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Todos podem colaborar com a ação solidária encabeçada por Isabelle. Os interessados em apoiar e ajudar essas jovens a levar um pouco de alegria para quem precisa, pode ligar para o telefone 9913-1693. A equipe de organização do projeto está à intera disposição. Ajuda de voluntários também é bem vinda.


“O que agente precisa é de gente disposta a dar um pouco de alegria para que está precisando, de verdade. Quem quiser nos ajudar, não está nos ajudando, mas está ajudando um família, uma vida, uma criança; está ajudando a si mesmo e promovendo o amo e a esperança”, finaliza.


 


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