Recebi um telefonema do deputado federal Major Rocha (PSDB) que participou de uma série de reuniões com os deputados federais tucanos em Brasília. O parlamentar acreano revelou que na segunda, 27, os federais do PSDB irão comunicar às lideranças do partido que protocolarão na terça, 28, na Câmara dos Deputados, o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O documento que irá tramitar no Congresso Nacional terá como base a “maquiagem” das prestações das contas da Caixa Econômica Federal. Os tucanos acusam a presidente de ter utilizado recursos do banco estatal para cobrir rombos financeiros do Governo e escondê-los em balanços fabricados. Além disso, questões de empréstimos suspeitos para governos estrangeiros do BNDES e os rombos na Petrobras investigados pela Operação Lava Jato entrarão no pedido de impeachment.
Questão importante
Rocha explicou ainda que a questão da CEF se refere a gestão passada de Dilma, o que poderia inviabilizar o pedido de impeachment. Mas que o Supremo Tribunal Federal já deu um parecer de que um governo reeleito é a continuidade da mesma gestão. Assim, baseado numa Lei de 1950, os atos relativos a CEF dão margem à improbidade administrativa e o consequente impeachment.
Tucanos divididos
O fato é que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) já se manifestou contra manobras a favor do impeachment. Posições parecidas do senador Serra (PSDB-SP) e do governador paulista Alckmin (PSDB). Mas mesmo assim a bancada do PSDB da Câmara irá levar o pedido em frente.
Pontos a favor da Dilma
O deputado acreano admite que a presidente Dilma acertou em colocar o seu vice Michel Temer (PMDB) na coordenação política do Governo. As relações melhoraram com os parlamentares, mas mesmo assim querem ver Dilma fora.
PMDB na espreita
O fato é que se houver impeachment, o que particularmente acho difícil, quem assumiria o comando do Governo seria Michel Temer. Rocha descarta intervenção militar ou mesmo uma outra eleição. Também acredita que não se trata de revanchismo do candidato derrotado senador Aécio Neves (PSDB).
Mudanças esperadas
A bancada do PSDB acredita que o PMDB assumindo o Governo alguns desvios de conduta que levaram à corrupção podem ser corrigidos. Acham mais fácil a governabilidade do país se estabilizar com a mudança da presidente. Mesmo porque o PMDB comanda a Câmara e o Senado.
A minha visão
Acho que impeachment só poderá acontecer se houver uma ligação direta da presidente Dilma com os escândalos que estão sendo apurados. Mas a melhoria na condução política melhorou bastante. Não vejo clima para uma solução mais radical. Além disso, existem indícios de que outros partidos de oposição também participaram da “partilha do bolo” em outros momentos. Um impeachment pode arrastar todos para o mesmo buraco e abrir um precedente perigoso.
Panos quentes
A plenária do PT que aconteceu sábado, 25, em Rio Branco, deixou os jornalistas de fora. Esperava-se que poderia haver uma lavagem de roupa suja interna entre o governador Tião Viana (PT) e o senador Jorge Viana (PT). Mas uma fonte que esteve no evento me garantiu que isso não aconteceu.
Quem falou e quem se calou
Os deputados federais Sibá Machado (PT), Angelim (PT) e Léo Brito (PT) falaram do plano nacional. O senador Jorge Viana (PT) preferiu abdicar da sua fala. Disse que já se sentia contemplado pelos pronunciamentos dos colegas. Tião Viana falou do plano estadual e o prefeito da Capital Marcus Alexandre (PT) do municipal.
Em briga de irmãos não se mete a colher
Não acredito que aconteça um rompimento político entre Jorge e Tião. Acho que quem se meter é que vai sair chamuscado. O PT sempre revela suas contradições internas, mas na hora H das eleições se junta e aparenta a união.
Gato escaldado tem medo de água quente
Não apostem numa candidatura a prefeito de Sena Madureira do deputado estadual Nelson Sales (PV). Ele foi secretário municipal de Nilson Areal (PSL) e sabe bem o tamanho do “pepino” daquela prefeitura. Sem falar nos riscos…
A dupla dinâmica
Acredito que o ex-deputado Mazinho Serafim (PMDB) tem qualificação e espírito de empreendedorismo para encarar o desafio. Se o deputado estadual Gehlen Diniz (PP) unir forças formam uma dupla dinâmica para tirar Sena do buraco literalmente.
Aguardemos…
O deputado estadual Nicolau Júnior (PP) acompanhou o senador Gladson Cameli (PP) no trajeto da “sofrida” BR 364 entre Sena e Cruzeiro do Sul. Vamos aguardar o seu pronunciamento na tribuna da ALEAC na próxima terça, 28. É o tipo de coisa que não tem como tapar o sol com a peneira.
Novos tucanos querem voar alto
Surgiram mais dois nomes nas fileiras do PSDB que querem disputar a prefeitura de Rio Branco. O acadêmico Paulo Klein e o filho do ex-deputado Donald Fernandes (PSDB), Rodrigo Fernandes (PSDB). Seria uma renovação e tanto.
Livre para voar
Se o vereador da Capital, Rabelo Góis (PSDB), quiser trocar de partido poderá ficar tranquilo. O PSDB não vai pedir o seu mandato. Na realidade, algumas lideranças acham um alívio o vereador procurar o seu próprio rumo.
Oposição suspeita
O fato da esposa de Rabelo ter apoiado Tião Viana no segundo turno das eleições deixou muito gente escabreada. Alguns tucanos de plumagem real não acreditam que o vereador faça o jogo da oposição.
A BR da discórdia
Mais de 20 anos que a BR 364, no trecho entre Sena e Cruzeiro do Sul, está sendo construída. Foram gastos quase dois bilhões de reais. Ainda assim a estrada da integração acreana continua a ser um sonho. Vive da sazonalidade. Tem tempos que está boa para o trafego e outros intrafegável. É um eterno cobre a cabeça e descobre os pés ou enxugamento de gelo. Uma parte se conclui e outra se acaba com as chuvas torrenciais da Amazônia. Mas é o sonho de consumo principalmente dos acreanos que vivem no Vale do Juruá. Afinal, o isolamento terrestre não é bom para ninguém e significa uma trava para o desenvolvimento econômico do Acre. Já passou na hora da BR 364 ser debatida de maneira técnica e sem paixões políticas. Quem sabe aparece uma solução…
