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O povo brasileiro pede o impeachment

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Respeito à democracia. Revolução por melhorias. Essas são expressões sobre as quais o cidadão brasileiro precisa, antes de tudo, refletir. É a partir disso que nascem os desafios e avanços que o Brasil precisa ter para seguir mudando. Somente assim nosso povo terá garantido o direito à expressão, à vida e a real dignidade.


As últimas semanas tem sido de muita agitação. Não apenas do Acre (aqui até pouco se fala), mas de todo o Brasil. Colegas me mandam mensagens fazendo referência a uma possível deposição da presidente da República, recém-eleita novamente para o cargo público mais importante do país.

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Não sou contra esse tipo de movimento, mas acredito ser precipitado criticar por criticar, ou levar às ruas milhares de pessoas que não conhecem ao menos, o que é, realmente, um impeachment.


Os que disso falam, são estudantes, pessoas com acesso livre à educação, ao ensino de qualidade, à formação profissional. Gente como a gente, que vive como a gente, e sempre passou ou passa por problemas, mas consegue superá-los e dar a volta por cima.


Alguns me dizem que o Brasil já esteve melhor. Outros me falam das dificuldades enfrentadas outrora pelos brasileiros. Meu avô sempre falava do passado. Era um contador de histórias. Foram 82 anos de vida e exemplo de superação. Ele lutou pela democracia e, ao lado de muitos outros, clamou pela liberdade de expressão. Meu avô creu no avanço, e confiou no desenvolvimento do país.


Dizer que precisamos depor uma presidente, legitima representante do povo, é dizer que está tudo errado. Agora, se está errado, é bom deixar claro: foi o povo quem errou na hora de escolher. Colocar a culpa em quem foi escolhido não é a forma mais correta de protestar aos problemas enfrentados pelo Brasil. Assumir um erro é um gesto de honra, de dignidade. E isso, aliás, muito tem sido feito por nossos governantes.


São milhões de pessoas envolvidas por um movimento que deveria ter sido totalmente legitimado nas urnas, durante o processo eleitoral. Tentou-se legitimar? Sim. O povo tentou. Se conseguiu, fica a você a oportunidade de analisar. Agora, dizer que esse é o momento, definitivamente, faz com que o cidadão brasileiro derrube a si próprio.


Se depormos a presidente, o Brasil poderá ficar numa situação ainda pior. Se o povo se envergonha agora, ficará ainda mais envergonhado após uma interferência.


O Brasil quer mudança. O Brasil quer ser ouvido. Isso fará a diferença. Acontece que o povo já foi ouvido nas urnas. Foi o próprio Brasil que falou digitando os números de seus candidatos. Às vezes não é necessário falar com palavras. O contexto, por si só, já diz tudo.


Quando o ex-presidente Itamar Franco assumiu o lugar de Fernando Collor, no início dos anos 1990, o então vice-presidente conseguiu apartar críticas e fazer daquele momento um dos mais importantes de nossa história de democracia.


O Brasil possui uma “jovem democracia” e precisamos amadurecê-la ainda mais antes de derrubar a escolha de uma maioria. É aquela velha história: o erro de um é pago por todos. Pode até parecer incoerente, mas não é.


Entenda: será que todos estão realmente insatisfeitos com a presidente? Ou são apenas aqueles que fazem oposição ao projeto político da atual chefe de Estado? Será mesmo que o Brasil só tem piorado? Aliás, você entende de economia, ou apenas repete o que os tantos outros lhe falam? É bom refletir e analisar o que realmente você defende. Antes se entrar numa batalha, precisamos estar preparados, caso contrário perderemos e sairemos envergonhados.

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Agora, de fato, se tirarmos a nossa presidente do cargo que exerce, o povo brasileiro terá a sensação de detentor da ordem, da decisão e da democracia. Antes, é bom lembrar outra coisa: quem tira não é o povo, mas o Congresso Nacional. Temos de esperar deles, a melhor decisão. Eles nos representam!


*João Renato Jácome é acadêmico de Jornalismo, membro do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Acre, membro do Programa Internacional de Voluntariado das Nações Unidas e participa de redes internacionais pela Educação, Democracia, Esporte, Meio Ambiente e Direitos Humanos.


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