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Corpo de Bombeiros do Acre registrou 80 mortes por afogamento em três anos

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Com o aumento do nível das águas cresce também os riscos de morte por afogamento, em especial para aqueles que gostam de tomar banho, brincar em rios ou igarapés ou aqueles que curtem práticas radicais como, por exemplo, saltar da ponte no Rio Acre.


Em entrevista ao ac24horas, o capitão e chefe de gabinete, Claudio Falcão Sousa – que também responde pela assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Acre (CBMAC) -, explica que no período de cheia a probabilidade de uma pessoa morrer ao pular de uma ponte é grande, já que nesse período é comum a aparição de troncos de árvores e a formação dos ‘balseiros’ (aglomerado de pedaços de árvores, galhos e lixo).

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“Nesse período de cheia os perigos são maiores, a pessoa que curte esse tipo de adrenalina não tem noção do perigo, pois ao pular pode cair em cima de troncos, desmaiar e, consequentemente, morrer por afogamento. É preciso estar atento para não se tornar uma vítima fácil. Não utilizem pontes para esse tipo de pratica, pois quase sempre há registro de mortes”, alerta.


Segundo o capitão Claudio Falcão Sousa, nos últimos três anos (2012,2013 e 2014) foram registrados 80 casos de óbitos por afogamento, o que dá uma média mensal de dois casos por mês em todo o Acre.


Em 2012, cinco pessoas morreram vítimas de afogamento, após pularem de pontes no Acre. No mesmo ano, segundo relatório do Ministério da Saúde (Datasus) 1.161 crianças e adolescente com idade entre 1 a 14 anos foram a óbito por afogamento, ocupando o segundo lugar entre as causas de mortes, ou seja, 28% dos casos em todo o país.


Afogamento sem corpo entra para estatística de desaparecidos


O capitão do CBMAC, Claudio Falcão Sousa, explica que nos casos suspeitos de mortes por afogamento onde não é possível localizar o corpo, a ocorrência passa a integrar a lista dos desaparecidos, uma vez que não há prova material da morte por afogamento (corpo inteiro, parcial, em decomposição ou ossadas).


Capitão Claudio Falcão explica que de todas as ocorrências, o CBMAC obtém êxito de 80% no resgate dos corpos. Mas outros 20% entram para a estatística dos desaparecidos ou até, em alguns casos, o aparecimento em vida dos ‘afogados’. O Capitão explica que após registro de ocorrência com suspeita de afogamento -via Ciosp 193- o Corpo de Bombeiro é acionado e uma equipe de busca composta por mergulhadores dará início imediato às buscas no perímetro indicado.


Claudio Falcão ressalta que as equipes seguem o protocolo de segurança para busca de cadáveres no fundo dos rios ou igarapés que consiste em: três dias de mergulhos consecutivos e se não encontrado é dado início a mais dois dias de buscas sem mergulho percorrendo uma área aproximada de 10km do local indicado na tentativa de encontrar o corpo preso aos balseiros ou submergido nas margens do rio ou igarapé.


“Após adotado os protocolos de segurança, esgotadas as buscas e não encontrarmos o corpo por uma série de razões: porque foi devorado por peixes, preso em balseiros distantes e não alcançados nas buscas, aterramento do corpo no leito do rio, entre outros, somos obrigados a encerrar as buscas e dar o corpo como não encontrado, ou seja, desaparecido”.


Região Norte lidera ranking com maior incidência de mortes por afogamento


A região amazônica por ser composta por grandes rios, afluentes, igarapés e açudes torna-se atrativa e perigosa para aqueles que vivem às suas margens. Um estudo realizado pela ONG Criança Segura revela que a Região Norte lidera o ranking nacional de óbito por afogamento com 5,30% dos casos, seguido pela Centro-Oeste com (3,57%), Nordeste (3,22%), Sul (2,67%) Sudeste (2,07%).


No ranking nacional de mortes por afogamento, o Acre aparece 26º entre todos os estados, já entre os estado que compõem a Amazônia Legal, a maior incidência foi registrada no Amapá, seguido do Mato Grosso, Rondônia, Amazonas , Roraima, Tocantins, Pará e Maranhão. As taxas são referentes a cada cem mil habitantes (2012).


A pesquisa revela ainda que 45% das mortes por afogamento envolvendo os jovens foram em águas naturais. As piscinas aparecem em segundo lugar com 7% de óbitos. Vale ressaltar também que estes números podem ser bem maiores, pois 37% dos afogamentos não tiveram local identificado.


A pesquisa revela também um dado importante, a maioria das vítimas entre 1 a 14 anos, são do sexo masculino (67%) e 33% feminino. O percentual de meninos, jovens e adultos do sexo masculino envolvidos em casos de afogamento foi confirmada pelo capitão do CBMAC, Claudio Falcão.

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Ele explica que, em geral, os meninos ou homens são mais ‘afoitos’ que as meninas e quando se trata de adultos, quase sempre, há indícios de embriaguez como fator determinante para o afogamento.


Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SBSA) a mortalidade por afogamento vem caindo no Brasil. Em 2011, o afogamento foi a 2ª causa geral de óbito entre 1 e 9 anos, a 3ª causa nas faixas de 10 a 19 anos, a 4ª causa na faixa de 20 a 29 anos. Os dados confirma que os homens morrem seis vezes mais que as mulheres por afogamento, e a maior relação ocorre na faixa de 20 a 25 anos (13 vezes mais).


Confira a estimativa de locais de óbitos por afogamento não intencionais


As mortes por afogamento em águas naturais chegam a 90%, distribuídas por percentuais: Água doce (75%), Rios com correnteza (25%), Represa (20%), Remanso de rio (13%), Lagoas ( 5%), inundações (5%), Baía (3%), Cachoeiras (2%), Córrego (2%), Praias oceânicas (15%)


Já em águas não naturais são do total de 8, 5%, sendo que 2, 5% para ocorrências em banheiros, caixas de água, baldes e similares, 2% em galeria de águas fluviais, 2% Piscinas, 2% Poço e 1,5% no uso de embarcações. Os dados são do Sistema de Informação em Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde – DATASUS – 2013.


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