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Zé Augusto: o goleiro acreano que jogou pelo Flamengo

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José Augusto Araújo de Faria, o Zé Augusto, nascido no seringal Mercês (Sena Madureira) em 6 de abril de 1949, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), foi o goleiro acreano de maior sucesso nos tempos do amadorismo. Tanto que aos 17 anos arrumou as malas e foi para o Rio de Janeiro, jogar na equipe juvenil do Flamengo.


A vocação de Zé Augusto para o gol surgiu na infância, por força de uma personalidade que sempre quis fazer tudo da melhor maneira possível, conforme ele mesmo contou. “Nas peladas de rua ou em campinhos, quando eu era menino, eu começava jogando na linha. Mas era só o goleiro do meu time deixar passar uma bola que eu trocava de lugar com ele”.

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E nessas de fazer tudo da melhor maneira possível, Zé Augusto só prestava atenção nos goleiros quando ia assistir jogos do campeonato acreano, no Estádio José de Melo. “Pedrito e Tinoco eram os melhores goleiros daquele tempo. Eu cresci admirando estes dois goleiros. E observava e dizia pra mim mesmo que um dia seria igual a eles”, afirmou.


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“O goleiro é o maior responsável de uma equipe pela derrota e pela vitória. No caso dos dois goleiros acreanos meus ídolos de infância, as qualidades dos dois reuniam a perfeição. O Pedrito era ágil e rápido, enquanto o Tinoco era mais técnico, além de estar sempre muito bem colocado, parece até que adivinhava a trajetória da bola”, disse Zé Augusto.


Do Juventus ao Flamengo


No primeiro semestre de 1965, pouco antes de completar 16 anos, Zé Augusto, por iniciativa própria, pediu uma chance no Rio Branco. Foi recebido pelos jogadores Tião Lustosa e Campos Pereira. Sabedores que ele jogava tanto na linha quanto no gol, disseram-lhe que só tinha vaga nessa última posição. Era justamente o que o candidato a craque queria.


Era um ano ruim para o Rio Branco. O departamento de futebol estava relegado ao abandono pelos dirigentes do Estrelão. Para poder jogar o campeonato foi preciso formar uma equipe de meninos. Entre eles, Zé Augusto, Elízio, Romeu, Rômulo e Rui Macaco. Mas em campo o time rendeu, chegando ao vice-campeonato, atrás apenas do Vasco da Gama.


Em 1966, Zé Augusto foi para o Juventus, clube que ajudou a fundar. “O Juventus começou como time do Colégio dos Padres [Colégio Meta nos dias que correm]. O ato de fundação deu-se numa igreja que ficava na Rua Epaminondas Jácome, ao lado do colégio. Eu e vários jogadores do Rio Branco nos mudamos para o novo clube”, garantiu o ex-craque.


O Juventus foi a ponte que permitiu Zé Augusto a se mudar para o Flamengo. O clube carioca excursionava pelo Norte do país e fez uma série de jogos no Acre. Contra o Juventus, a partida saiu 2 a 2. O segundo gol deles, de autoria do César Maluco, foi feito com a mão, nos acréscimos do segundo tempo. Zé Augusto fechou o gol. O convite surgiu de imediato.


A aventura carioca e a volta pra casa


Zé Augusto virou titular dos juvenis do Flamengo assim que fez o seu primeiro treino na Gávea, compondo um elenco formado por nomes que depois se notabilizaram no futebol brasileiro. Casos de Sapatão, Rodrigues Neto, Zequinha, Dionísio, Mário Sérgio e Zanata. Seu reserva, que hoje trabalha com futebol na Arábia Saudita, chamava-se Borrachinha.


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O acreano defendeu o gol dos juvenis do rubro-negro carioca por três anos, ganhando aproximadamente dez salários mínimos por mês, mais “bichos” por vitória, casa e comida. Chegou a ficar na reserva do time principal, cujo titular se chamava Marco Aurélio, em várias oportunidades. Foi contemporâneo do Zico, que fazia parte dos meninos da escolinha.


A lua de mel com o Flamengo terminou em 1970. Mesmo vivendo uma realidade de sonho, com o nome aparecendo nos principais jornais cariocas, bem como cotado para, num breve futuro, ascender à equipe de profissionais, Zé Augusto entendia que precisava estudar. Uma coisa e outra eram incompatíveis. E foi aí que ele resolveu voltar pra casa.


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O retorno ao Acre foi traumático. O Flamengo denunciou-o à Confederação Brasileira de Desportos por abandono do clube e ele foi suspenso por dois anos. Zé não quis saber. Permaneceu em Rio Branco, formou-se em direito, virou empresário, político, conselheiro do TCE e ainda teve tempo de mostrar o seu talento por Independência e Atlético.


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