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Campanha do PT no Acre arrecadou mais de R$ 14 milhões, mas terminou eleições devendo R$ 1,7 milhão

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Bocalom registrou prejuízos de R$ 255 mil no primeiro turno e prestação de contas do PSDB de Márcio Bittar está incompleta. Antonio Rocha, do PSOL, deve ser o único que registrou sobras na campanha: R$ 31


Há pouco mais de um mês o Acre vivia pela primeira vez a histórica disputa de um segundo turno ao cargo de governador nas eleições de 2014. Candidato a reeleição, Sebastião Viana (PT) se sagrou vitorioso em relação ao candidato do PSDB, Márcio Bittar, com 196.509 votos (51,29% dos votos válidos). O tucano obteve 186.658 (48,71%).

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Passada a euforia dos vitoriosos e o choro dos derrotados que fizeram um tour por Manacapuru, o Tribunal Superior Eleitoral divulgou nesta semana  as prestações de contas dos candidatos que disputaram o segundo turno. Os participantes do pleito do dia 26 de outubro, no entanto, tiveram até a última terça-feira (25) para apresentar à Justiça Eleitoral as prestações de contas.


Com os dados disponibilizados, ac24horas fez uma pesquisa minuciosa e revela números astronômicos  para viabilizar uma campanha no Estado.


A campanha do médico Sebastião Viana evidenciou a força do Partido dos Trabalhadores e o poder da “máquina” na captação de recursos. De acordo com o TSE, a Frente Popular do Acre, que comanda o Estado há 16 anos, contou com cinco comitês de arrecadação e obteve, somados todos os valores, R$ 14,6 milhões em doações, cerca de R$ 6,8 milhões a mais  do que as previsões de gastos divulgadas em julho, que eram de R$ 7,8 milhões.


Apesar do número surpreendente, que poderia evidenciar um superávit, a prestação de contas revela que as despesas foram maiores do que a receitas.  Após o segundo turno, a FPA registrou uma despesa de R$ 16,2 milhões e ficou devendo aos seus fornecedores cerca de R$ 1,7 milhão.


Parte considerável da arrecadação foi oriunda de empreiteiras que mantem contratos com o governo e repasses do Diretório Nacional de campanha. As principais empresas financiadoras do PT foram a Albuquerque Engenharia, responsável por injetar R$ 750 mil na campanha, e a JBS, dona da marca Friboi, que depositou na campanha R$ 580 mil.


A Ábaco Engenharia, de propriedade de Sergio Nakamura,  e a MAV Construtora, do empresário José Adriano, presos durante o desdobramentos da Operação G7 no ano passado, também figuram como doadoras da campanha do petista.


O presidente do PT no Acre, Ermicio Sena, confirmou as receitas e despesas pesquisadas por ac24horas e explicou que o Partido tem até o próximo pleito de governo para quitar a divida de R$ 1,7 milhão, mas segundo o dirigente, existe um plano para quitar os débitos até julho do ano que vem.


SEM CONTROLE – Já o candidato derrotado no segundo turno, Marcio Bittar, segundo dados disponibilizados no sistema de prestação de contas, teve uma arrecadação de pouco mais de R$ 1 milhão e despesas na casa dos R$ 960 mil, registrando um superávit de pouco mais de R$ 130 mil.  Em julho, o tucano registrou a previsão de gastos na casa de R$ 5 milhões.


A principal empresa doadora de Bittar foi o Grupo Andrade Gutierrez, uma dos principais financiadores de campanha no país. A empresa desembolsou R$ 240 mil . O restante dos valores são originários de repasses da executiva nacional do PSDB.


Procurado para explicar o caso, Bittar enfatizou que o superávit nas contas tucanas era praticamente impossível. “Olha, eu vou torcer para você está certo, mas que eu saiba não sobrou nada, mas vou te passar o contato do coordenador de campanha para confirmar isso”, disse o deputado federal que está em Brasília cumprindo agenda de primeiro secretário da Câmara.

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De acordo com o coordenador da campanha tucana, Marcelli Tomé, os dados disponibilizados pelo TSE estão incompletos.  Segundo ele, o contador do PSDB registrou a prestação de contas na tarde desta quarta-feira, 26, e a coligação não teve sobras de campanha, mas sim um déficit que ele disse não saber o valor exato.


FICOU DEVENDO – Terceiro colocado nas eleições do primeiro turno, o professor Tião Bocalom (DEM) arrecadou durante a campanha cerca de R$ 569 mil, mas teve despesas de R$ 863 mil, ficando com um buraco nas contas de R$ 255 mil. A campanha de Bocalom contou com doações de pessoas físicas e da direção Nacional do DEM.


Ao ac24horas,  Bocalom reconheceu os valores e disse que divida será assumida pelo DEM e os credores já estão cientes disso. “O partido assumiu a divida e já começamos a fazer pagamentos. Ela será quitada de acordo com o que vamos conseguir via nacional”, explicou.


NADA A TEMER: Quem arrecadou menos nas eleições 2014, é o servidor Publico Antonio Rocha (PSOL).  O candidato ao governo que obteve pouco mais de 2 mil votos, arrecadou R$ 8.550,00 e teve despesas de R$ 8.518,40, registrando sobras de campanha de R$ 31,60.


Parte das doações obtidas por Rocha partiu de seu próprio bolso e da Direção Nacional do PSOL.


Para o ac24horas , Rocha disse que o valor que sobrou foi entregue para a executiva nacional do partido. “Eu nunca tive intenção de me endividar. Não sou como os outros, só gastei o que tinha e o dinheiro que sobrou eu devolvi”.


 


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