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Bebê nasce morto

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A auxiliar de panificação Necilda de Oliveira, de 32 anos, daria a luz ao terceiro filho nesta semana se não fosse por uma negligência médica, segundo os familiares. Depois de um misterioso sangramento seguido de dores fortes, a mãe foi levada à Maternidade de Cruzeiro do Sul (AC). Após procedimentos, ela foi liberada, mas em menos de 48h, teve de retornar ao centro. Foi aí que ela descobriu que seu bebê já estava sem vida.


A família de Necilda disse que os médicos não queriam fazer o parto normal, mas decidiram, logo no início do atendimento, realizar uma ultrassonografia para saber se havia líquido amniótico suficiente para manter o bebê vivo. Segundo os médicos, tudo estava normal e ela poderia voltar para casa, sem preocupação.

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O problema surgiu quando Necilda começou a sangrar sem explicação. Acreditando que seria consequência de uma inflamação, ela voltou a procurar a unidade de saúde com menos de 48h da alta hospitalar. Logo que chegou à Maternidade da cidade, os médicos decidiram realizar uma nova ultrassonografia, e então, perceberam que o bebê já estava morto.


Segunda a acompanhante da mulher, Jubilene Santos, a grávida teria lhe procurado e afirmado que sangrava muito e estava preocupada com o bebê. “Ele me disse que estava apreensiva porque a criança já não mexia mais e ela havia começado a sangrar”, conta. A vizinha de Necilda afirmou ainda que os exames preliminares teriam atestado infecção urinária, e que por isso elas passaram a noite em observação no hospital.


“Quando chegamos na maternidade o médico que nos atendeu já examinou o bebê para ouvir os batimentos, como ele não ouviu nada, achou estranho e pediu uma ultrassom com urgência. Ela fez, mas durante o exame eles já perceberam que o Arthur estava morto”, lamenta emocionada a vizinha da paciente.


Interna


Segundo denúncia da mãe, houve negligencia por parte do hospital. “Quando eu cheguei pela primeira vez falaram que estava tudo bem, mas eu comecei a sangrar no outro dia; o líquido parecia com catarro, eu fiquei muito preocupada e voltei para o hospital”, explica Necilda.


Ainda de acordo com a mãe da criança, a médica, que fez todo o acompanhamento durante a gravidez, antes de dar alta, conversou com ela. “Ela me chamou e disse que não havia o que fazer com meu filho”, conta. A médica informou que a criança teve um problema “no rins e parou de urinar”, portanto essa teria sido a causa da morte, explica a mãe.


Reportagem ac24horas conseguiu, com exclusividade, uma cópia da Certidão de Natimorto da criança. O documento, subscrito pela representante do Registro Civil de Pessoas Físicas da cidade, Mara Rúbia de Amorim Santiago, informa que a criança teria morrido por “anoxia intra útero, sofrimento fetal crônico”.


Conforme apurado pelo ac24horas, a causa, popularmente falando, seria a falta de oxigênio para a manutenção da vida da criança. Esse tipo de problema é muito comum na hora do parto, quando o organismo necessita de mais oxigênio.


Sofrimento fetal crônico é aquele típico da gravidez de alto risco, quando o feto é crônica e lentamente acometido por carência de oxigênio e de nutrientes. É causado pela insuficiência da placenta em nutrir e oxigenar adequadamente o feto (insuficiência placentária).


Procurada pelo ac24horas, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), informou desconhecer os reais fatos que levaram à morte da criança, mas comprometeu-se em apurar o caso e investigar cada detalhe. Segundo a Secretaria, todos os envolvidos serão ouvidos e se necessário, processo administrativo será aberto com fim de esclarecer o caso.

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A Sesacre explicou ainda que a situação é muita delicada e que nem a gestão do órgão, nem o Governo do Estado são convenientes com problemas desse tipo, destacando ainda, que outros casos chegaram a ser apurados e esclarecidos com legalidade. O órgão atesta ser solidário à mãe enlutada.


NOTA DA REDAÇÃO: O ac24horaspor sua vez, continuará acompanhando o caso para saber quais foram as reais causas que levaram à morte do pequeno Arthur Oliveira, e informá-las à população acreana com imparcialidade, mantendo sempre o compromisso com a verdade dos fatos.


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