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Um carioca andarilho da bola que escolheu o Acre

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A vida de boleiro do cidadão Carlos Roberto de Oliveira começou aos 17 anos, em 1979, nos juvenis do Volta Redonda (RJ), principal time da sua cidade natal. Já ali, no primeiro contato com os seus companheiros de fantasia, o referido personagem deixaria o nome de batismo para trás e passaria a se chamar Merica, volante pegador e de um pulmão privilegiado.

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As boas atuações de Merica no Volta Redonda o levaram a se mudar para o poderoso Vasco da Gama, em 1981. O “Voltaço” se encontrava em dificuldades financeiras, sem dinheiro sequer para honrar a folha de pagamento. Era a oportunidade que o time de São Januário queria para comprar dois jovens talentos: o volante Merica e o ponteiro Zé Luís.


A passagem de Merica pelo Vasco, entretanto, não durou muito tempo. Havia uma concorrência feroz na equipe principal. O jeito foi aceitar um empréstimo para algum time de fora do Rio de Janeiro, para “ganhar experiência”. Foi nessa hora, em 1982, que o destino apontou o rumo norte do país na vida de Merica e ele foi parar em Porto Velho (RO).


Na capital rondoniense Merica ficou durante dois anos, jogando sucessivamente pelo Ferroviário e pelo Ipiranga. Em 1983, disputando o Copão da Amazônia pelo Ipiranga, teve atuações tão destacadas que chamou a atenção do presidente do Rio Branco, empresário Wilson Barbosa. Veio, então, a sua mudança para o Acre, onde permanece até hoje.


Muitas camisas e uma paixão


Ao se mudar para o Acre, o volante Merica iniciou uma “dança de camisas” intensa até o fim da carreira, aos 37 anos, em 1998, no Vasco local. Do Rio Branco, em 1984, passou para o Independência (1985), voltou para o Rio Branco (1986 e 1987), foi outra vez para o Independência (1988) e mais uma vez assinou com o Rio Branco (1989 a 1992).


Em 1993 Merica foi contratado pelo Rio Negro, do Amazonas, depois de fazer um gol do meio do campo num jogo entre Rio Branco e Nacional, em pleno estádio Vivaldo Lima. “Nós ganhamos do Nacional por um a zero, com um gol meu, do meio da rua. Um gol que nem o Pelé fez. Isso me rendeu um belo contrato com o Rio Negro”, disse o ex-craque.


Ainda em 1993, logo depois de encerrado o campeonato amazonense, Merica migrou para o Rio Grande do Sul. Foi defender o Aimoré. “Essa também foi uma passagem rápida. Eu fui levado por um técnico que me conhecia do último ano em que havia jogado no Estrelão. Mas no fim do contrato bateu a saudade e eu voltei para o Acre”, explicou.


Esse retorno de Merica ao Acre seria definitivo. “Depois de passar um tempo fora, eu percebi que aqui era o meu lugar. Embora eu tenha nascido no Rio de Janeiro, eu já havia me apaixonado pelo Acre”, afirmou ele. Voltou e ainda vestiu as camisas do Juventus (1994), Rio Branco (1995), Atlético (1996), Ariquemes (RO – 1997) e Vasco (1998).


Jogo inesquecível e lista dos melhores


Apesar de já ter se passado 16 anos desde que resolveu pendurar as chuteiras, Merica guarda na memória muitos detalhes da sua passagem pelo mundo da bola, além de vários lances protagonizados pelos grandes jogadores do futebol acreano da sua época. Ele fala desses detalhes, bem como dos antigos parceiros, como se tudo houvesse acabado de acontecer.

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“Em Macapá, disputando o Copão da Amazônia de 1984, jogando contra o Trem, time da casa, a barra foi tão pesada que a Polícia Militar de lá chegou a soltar um cachorro no campo para morder os nossos jogadores. Mas não teve essa não. Nós ganhamos deles e depois faturamos o título para o Rio Branco. Eu nunca vou esquecer esse episódio”, afirmou Merica.


“Quanto aos melhores jogadores do meu tempo, eu poderia escalar uns três times com gente de ótima qualidade. Um desses times formaria com Klowsbey; Jefferson, Neórico, Chicão e Carlinhos Magno; Mariceudo, Carlinhos Bonamigo e Carioca; Robertinho, Gil e Neivo. Esse time, sob a direção do técnico Té, seria quase imbatível”, garantiu o personagem.


No final das contas, de acordo com o aposentado atleta, a bola lhe deu mais alegrias do que tristezas. “Por meio do futebol eu fui muito feliz, ganhei títulos, fiz amizades e não posso me queixar de nada. Só lamento que depois que a bola acaba a gente se perde dos amigos. Faz tempo que eu não vejo muitos dos antigos parceiros dos gramados”, disse Merica.


Sonhos de futuro incluem política e gastronomia


Duas vezes candidato derrotado a uma vaga na Câmara Municipal de Rio Branco (eleições de 2008 e 2012), Merica disse que vai continuar tentando ser um representante do povo em alguma casa legislativa. O ex-craque até se candidatou a deputado estadual nas eleições deste ano, mas a sua candidatura foi invalidada por um problema com a legislação eleitoral.


“O que aconteceu foi que eu fui candidato a vereador pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e, depois disso, mudei para o Partido Pátria Livre (PPL). Só que não fiz essa mudança a tempo de atender a legislação. Mas nada que possa me fazer desanimar. Em 2016, eu vou tentar outra vez. E agora, se Deus quiser e com os apoios certos, para ganhar”, disse Merica.


Sobre os seus motivos de se tornar vereador ou deputado estadual, Merica explicou que sempre gostou de trabalhar pelo e com o povo. “Eu gosto de estar no meio da galera. Eu acho que essa paixão vem do tempo do futebol. Eu gosto tanto que já fiz até trabalho voluntário, num bairro periférico de Rio Branco, só pelo prazer de ajudar as pessoas”, garantiu.


Fora essa vontade de chegar ao parlamento, Merica externou mais um sonho para o seu futuro imediato: o de abrir um pequeno restaurante. “Eu sempre gostei de gastronomia. Aprendi a cozinhar ainda na adolescência, com a minha mãe. Faço de tudo numa cozinha. Acho que eu me daria bem no ramo. Só preciso arranjar um ponto”, finalizou ele.


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