Alguém deveria avisar a candidata ao Senado, Perpétua Almeida (PC do B), que só a Justiça Eleitoral tem o poder para tirar tempo de rádio e televisão das candidaturas. Normalmente isso acontece com candidatos que ofendem a honra dos seus adversários. Portanto, as inserções de TV em que a comunista aparece acusando o seu principal rival na disputa da vaga ao Senado Gladson Cameli (PP) de ter tomado seu tempo de mídia eleitoral não procede. Outra questão que também que deve ser refletida são os debates aos Senado. Com quase 40 anos como jornalista atuando em diversos lugares do Brasil e do exterior nunca vi e nem ouvi falar em debate televiso para candidatos ao Senado. Agora, a pergunta que não quer calar: Se a candidata da FPA estivesse na frente das pesquisas teria sido organizado algum debate? Em 2010, não houve debate entre os candidatos ao Senado Jorge Viana (PT), Edvaldo Magalhães (PC do B), Petecão (PSD) e João Correia. Ponto final.
Respeito é bom
Tenho respeito e admiração pela atuação de Perpétua Almeida. Nada pessoal contra ela, muito pelo contrário. Mas como analista político devo dizer que a parlamentar foi muito mal orientada durante a sua campanha. Acabaram cometendo erros primários. O excesso de agressividade foi prejudicial.
Quem escolhe é o povo
Claro que apesar das pesquisas serem muito favoráveis ao Gladson Cameli nenhuma eleição é decidida antes do voto na urna. Mas seja qual for o resultado a linha de campanha escolhida pela equipe de Perpétua não é a mais aconselhável.
Papel decente
Seja qual for o resultado da disputa pelo Senado uma coisa é certa, o candidato Roberto Duarte (PMN) teve uma boa performance. Levou ao público temas importantes e se portou com dignidade durante todo o processo.
Herança positiva
Roberto Duarte conseguiu entrar pela porta da frente na política acreana. Fez bom uso da herança de conhecimento que recebeu do seu pai Roberto e do seu tio Rui Duarte. Ambos juristas já falecidos que tiveram papel importante na formação da sociedade acreana.
O futuro
O capital político conseguido por Roberto Duarte durante a campanha irá credenciá-lo para futuros voos políticos. O advogado poderá sonhar com novos projetos. Roberto é um dos jovens que representam a renovação da política acreana.
Arrocha
Nos sonolentos debates que aconteceram no começo da semana o candidato do PSOL, Antônio Rocha, conseguiu se destacar. Falou de algo que atualmente faz falta na política acreana, o respeito entre os candidatos para a construção de um futuro melhor para o Estado.
Diplomacia saudável
O respeito institucional deve superar as divergências partidárias eleitorais. Tem que haver uma convergência na atuação dos representantes do Acre de todos os níveis. Discriminar adversários passadas as eleições é o caminho para o sofrimento do povo.
Cuidado no falar
As inserções de TV da FPA, no Juruá, exploram a frase do candidato ao Governo Márcio Bittar (PSDB) sobre o ex-governador Orleir Cameli no debate da TV Rio Branco. Bittar foi lembrar de maneira desastrada os atrasos de salários no tempo de Orleir.
Dois pesos e duas medidas
O VT que diz que a FPA se solidariza com Orleir e respeita a sua memória só tem um problema. Desde que cubro política no Acre os membros da FPA exaltam Orleir no Juruá, mas querem distância da sua lembrança na Capital.
Campanha “placas no chão”
Nesses dias andando pelas ruas de Cruzeiro do Sul me deparei com milhares de placas dos candidatos majoritários da FPA plantadas nos jardins que dividem as mãos das vias da cidade. Tudo dentro da lei. Mesmo porque os candidatos de outras coligações também fazem propaganda nesses espaços. Mas a quantidade de material não denota a campanha “pé no chão” como querem passar aos eleitores.
Carona
A única coligação que não tem material de propaganda visual espalhada pelos municípios do Juruá é a Produzir para Empregar de Bocalom. As poucas placas que existem são de candidatos a estadual e federal com a fotos dos majoritários.
Perda de foco
Acho que um dos motivos dos candidatos ao Governo não terem empolgado foi a forte disputa pela vaga do Senado. Se houver segundo turno vai ser muito bom para os acreanos porque as propostas e compromissos poderão ser aprofundados.
Ele insiste no tema
O Bocalom disse nos mais recentes debates que vai vencer no primeiro turno. Analisando as pesquisas acho isso muito difícil. Mas qualquer um pode falar o que quiser numa democracia contanto que não ofenda o seu próximo.
A luta por um lugar ao Sol
Tem três candidatos a deputado federal que terão votações expressivas no Juruá. Jéssica Sales (PMDB), Ilderlei Cordeiro (PR) e César Messias (PSB). Aqueles que tiverem votações também em outros redutos eleitorais terão mais chances de eleição.
Concentração
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB), preferiu concentrar a campanha da sua filha Jéssica entre Feijó e Marechal Thaumaturgo. Terá que ter uma votação expressiva para não precisar de votos de ouros redutos eleitorais.
O eterno clima de eleições no Acre
Mesmo depois do resultado das eleições homologado pelo TRE a sensação de campanha política tem permanecido no Estado. Isso é muito ruim. Os adversários continuam a se digladiar e a população é a maior prejudicada. Os políticos não descem do palanque já de olho no próximo pleito. Assim, ações que deveriam acontecer em colaboração entre as diversas representações do poder acabam não acontecendo. Não é possível mais que prefeituras vivam “de banda” com o Governo e, vice versa. Todos são acreanos e merecem a mesma atenção do poder público seja municipal, estadual ou federal. Na realidade, é preciso que haja um espírito de colaboração e integração entre as diversas instâncias. Espero que terminada as eleições de 2014 isso possa acontecer novamente. Afinal, o Acre tem poucos representantes no Congresso Nacional e apenas 22 prefeituras. Não é possível que a diplomacia e o respeito institucional não prevaleçam para beneficiar o principal objeto da política que é o bem estar do povo acreano.
