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Jorge: “O maior problema de Marina será a governabilidade”

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A inesperada subida nas pesquisas da candidata Marina Silva (PSB) está criando um clima de contenda dentro do PT do Acre. Alguns setores do partido querem dar um apoio “velado” a ex-senadora acreana. Outros, lutam para manter a fidelidade canina à candidata petista Dilma Rousseff (PT).


Lembranças de alianças no Acre

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Enquanto isso, as maiores lideranças do PT acreano se tornaram pauta da imprensa nacional e internacional. O senador Jorge Viana (PT) é o maior destaque. Acompanhei uma entrevista dele com o jornalista Jens Glusing, da revista alemã Der Spiegel, uma das mais importantes e influentes da Europa. Jorge analisou o fenômeno Marina Silva e fez comparações com a recente história política do Acre. “A Marina, no segundo turno, vai reproduzir no plano nacional o que foi feito no Acre durante a minha primeira eleição para governador, em 1998. Tive que me aliar ao adversário histórico do PT, o PSDB, com a indicação do meu vice Edson Cadaxo (PSDB) para ganhar a eleição e poder governar o Acre,” disse ele.


Base no Congresso Nacional


Segundo o senador o maior problema que Marina enfrentará, caso ganhe a eleição, é a governabilidade do Brasil. E para isso terá que se aliar à forças políticas conservadoras como os tucanos e, uma parte do PMDB. “Ela terá dificuldade para fazer a Reforma Política por que não terá o apoio político necessário no Congresso Nacional. Um presidente pode ter o apoio popular, mas quem vota na Câmara e no Senado são os representantes partidários eleitos. E os pequenos partidos que apoiam a eleição de Marina, como o PPS, não terão grandes bancadas nas Casas Legislativas,” ressaltou o senador. “Mas se conseguir superar os obstáculos terá um apoio parlamentar parecido com uma ‘colcha de retalhos’ com políticos com ideologias completamente divergentes” explicou ele.


Acordos que divergem da “nova política”


Segundo Jorge, Marina, no caso de vitória, viverá o mesmo drama do PT quando chegou ao Planalto que teve que fazer acordos com vários partidos de direita para dar governabilidade ao ex-presidente Lula (PT). Foi justamente para ter a maioria no Congresso que surgiu o famigerado caso “Mensalão” em que o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, costurava apoios através de “vantagens”


Jorge ressaltou que será complicado Marina fazer um governo de coalizão com os melhores de todos os partidos. Ele também disse que até agora a maior vítima política de Marina é o PSDB. A todo momento, para o jornalista alemão, Jorge Viana confirmava a grande capacidade de articulação e a inteligência de Marina Silva.


Contradições programáticas


Colocou ainda a questão da legalização do partido de Marina, a Rede de Sustentabilidade, na pauta. “Marina irá se eleger por um outro partido, o PSB, que não é o dela. Os programas da Rede e do PSB são distintos. Se ela legalizar a Rede e trocar de partido durante a sua gestão poderá haver uma divergência entre os focos programáticos em que se elegeu com aquele o qual Marina realmente acredita, disse Viana.


Em relação aos programas divergentes, Jorge comentou a questão energética do país. Os governos do PT optaram pelas hidroelétricas que podem resolver os problemas de distribuição de energia rapidamente e ainda geram milhares de empregos nas obras. Marina teria como opção principal as fontes alternativas, como energia solar, eólica e biomassa.


Jorge também não concorda com a “independência” do Banco Central. “Os bancos não podem determinar a política de juros e o câmbio do dólar de acordo com os seus interesses,” disse ele. Outra ponto é o desenvolvimento econômico do país. Para os senador acreano Lula e Dilma conseguiram índices positivos de crescimento. Ele teme que algumas futuras medidas de um governo mais alternativo possa mudar esse quadro favorável.

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A religiosidade de Marina


O jornalista alemão quis saber de Jorge Viana se a questão religiosa de Marina Silva será um ponto que pode fazê-la cair nas pesquisas. O senador não concorda com a tese. Segundo Viana, a religiosidade é uma questão de fórum íntimo. Na realidade Jorge acha que o fato de Marina ser evangélica está angariando a simpatia de determinados setores da sociedade que professam a mesma religiosidade.


O terceiro turno


A tese de Jorge Viana é que com a morte de Eduardo Campos (PSB) e o surgimento da candidatura de Marina o Brasil já está vivendo o segundo turno das eleições presidenciais. Para o senador acreano a próxima rodada será equivalente a um terceiro turno em que os brasileiros terão mais tempo para analisar quem querem para governar o país.


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