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Rosana Nascimento e Manoel Lima trocam acusações por desvios de dinheiro de contribuição sindical e atrelamento do Sinteac ao PT e ao governo do Acre

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A denúncia de fraude eleitoral que sacudiu o Sinteac na última eleição para escolha de sua diretoria, deflagrou uma séria de escândalos sobre desvio de recursos e uso político do maior sindicato em atividade no Acre, para beneficiar políticos ligados ao PT e pessoas vinculadas aos diretores da entidade.


Sinteac_04A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosana Nascimento e o ex-presidente das duas entidades, Manoel Lima estão trocando acusações sobre desvios de dinheiro de contribuição sindical e uso político do sindicato.

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O pivô da explosiva briga entre os líderes sindicais é a tesoureira do Sinteac, Graça Alves, que após ser afastada do cargo, através de uma reunião do conselho deliberativo da entidade, convocada por Rosana Nascimento, resolveu denunciar supostos desvios de dinheiro da contribuição sindical dos educadores.


Graça Alves e um grupo de filiados do sindicato, que estariam descontentes com Rosana Nascimento, apresentaram diversos comprovantes de transferências bancárias. De acordo com eles, o dinheiro foi destinado para contas de pessoas que não teriam ligação com o sindicato, inclusive a mãe da atual presidente.


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Rosana Nascimento rebate as acusações e afirma que Graça Alves foi afastada por não cumprir obrigações estatutárias, por não apresentar prestações de contas e usar de forma irregular os recursos  do sindicato. “Tiveram pagamentos para parentes da tesoureira, sem meu conhecimento”, diz Rosana.


A tesoureira afastada por sua vez, afirma que todos os pagamentos foram feitos com as assinaturas dela e de Rosana Nascimento. A presidente retruca e afirma que Graça Alves tinha acesso a uma senha que permitiu que ela fazer diferentes pagamentos sem o conhecimento da presidência do sindicato.


Para Graça Alves, se há irregularidades e desvios de recursos, ela não pode pagar sozinha. A tesoureira afastada registrou um boletim de ocorrência e informou que estaria ingressando com uma ação judicial. O grupo de descontentes questiona ainda o atrelamento do Sinteac aos políticos petistas.


Apesar de ser vista com frequência em eventos oficiais da administração petista do Acre, Rosana Nascimento diz que “é vidraça e tem um grupo político que quer minha cabeça porque não me submeto a fazer vontade de secretário, nem de governo e nem de prefeito. Eu sigo a pauta dos trabalhadores”.


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A dirigentes sindical nega que seja ligada ao PT. “Ninguém monta em minha cacunda para dizer: você faça isso, você faça aquilo. Esta é a grande revolta. Todo mundo sonha em ter este sindicato para se beneficiar pessoalmente e politicamente. Não favoreço minha família ou político A ou B”.


Acusada de fazer transferências de diversos valores para contas de terceiros desde que assumiu o Sinteac, Rosana Nascimento rebate: “temos depósitos em contas de dirigentes que vão viajar para representar a entidade. Eles não vão gastar de seus salários”. Ela nega a transferência para a conta de sua mãe.

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Rosana Nascimento destaca que o objetivo de seus adversários seria tira-la da presidência da CUT. Ele cita Manoel Lima, como o mentor da situação. “Tem um jogo político muito grande, infelizmente não sei fazer jogo nem tramoia política. O líder cabeça deles é o ex-presidente desta entidade”.


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Ela questiona a honestidade da gestão de seu antecessor. “Vamos averiguar os seis últimos anos, deste sindicato. Identifiquei nos extratos de anos interiores, alguns saques muito altos. Eu quero verificar como presidente e como sócia deste sindicato. A Graça foi tesoureira da gestão anterior”, destaca.


“Quando assumir a presidência, o sindicato só tinha um carro e quebrado. Nós nos reunimos e decidimos que iriamos alugar três carros para fazer a mobilização, e um dos carros era do Vanduir, que nos ajudou a organizar o sindicato. Os pagamentos que eles denuncia aconteceram por estas razões”.


Segundo Rosana, Manoel Lima estaria tentando tomar o controle da CUT. “Por que é importante ter a central? Ela é a maior central deste país e tem poder. Ele precisa de uma pessoa que se submeta à vontade dele”, disse a sindicalista informando que a questão já teria ido parar no gabinete do governador.


Sinteac_02Procurado pela reportagem, Manoel Lima negou que Graça Alves tenha sido tesoureira de sua gestão no Sinteac. “Não entro no mérito de questionar, avaliar, defender ou condenar a atual tesoureira. Não sou mais da CUT. Não sou mais do Sinteac, eu estou na gestão da prefeitura de Rio Branco”, afirma.


Lima diz que nem que ele quisesse, poderia interferir no Sinteac ou na CUT. “Na gestão da professora Rosana, na CUT e no Sinteac, eu sequer fiz reunião para ouvir ou aconselhar alguém. Também nunca fui questionado pela compra de um copo descartável. Não transferi a responsabilidades dos problemas para ninguém”.


Se referindo aos sucessivos escândalos no Sinteac, o secretário municipal destaca que nunca foi alvo de denúncias. “Nunca fui questionado por nada. Nunca fui para as páginas do ac24horas nem para o Mundo Cão. Passei seis anos no Sinteac, nunca fui numa delegacia, no MP e nem fui denunciado por nada”.


Manoel Lima disse que desconhece os motivos para Rosana o acusar como cabeça do movimento que apresenta as denúncias contra o sindicato. “Eu a elegi como minha sucessora na CUT e no Sinteac. Se ela quer me questionar que abra uma sindicância para apurar os atos de minha passagem no sindicato”.


Lima comunica que vai fazer um documento pedindo para Rosana Nascimento “fazer uma sindicância de minha gestão, mas também quero que ela faça da dela. Tenho certeza que não vão encontra absolutamente nada que possa me desabonar na minha carreira sindical de 28 anos”, finaliza.


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