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Com abrigos superlotados, imigrantes correm risco humanitário em Brasiléia

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Ao menos 1.200 imigrantes dividem um espaço montado para cerca de 400 pessoas. A desproporcionalidade ocorre em Brasileia, no interior do Acre, bem na faixa fronteiriça com o Peru e a Bolívia. A chegada de imigrantes que passam ilegalmente pelas fronteiras do Acre está preocupando autoridades e moradores da cidade que possui menos de 25 mil habitantes. Em média chegam, por dia, 80 novos estrangeiros.


haitianos na hora da alimentação

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Segundo dados colhidos em Brasileia, o abrigo está superlotado, com condições precárias de higiene e “más condições na qualidade da água e da alimentação”.


Damião Borges, coordenador do abrigo em Brasileia, afirma que o aumento do fluxo se deu por conta do aumento de extradições na República Dominicana. “De cada 10 haitianos que chegam aqui, quatro já falam espanhol. Eles estavam trabalhando na República Dominicana, mas o desemprego lá está fazendo com que os haitianos sejam forçados a sair do país. Eles não querem voltar para o Haiti, então seguem viagem e chegam até o Brasil”, explica.


Haitianos tomando banho


A urgência para remover as mulheres para Rio Branco é, também, para aumentar suas chances de se estabilizar no país. Num rápido levantamento, fica claro que os postos de trabalho mais comuns para os haitianos no Brasil são nas áreas de metalurgia e construção civil e, por isso, as mulheres são preteridas pelos empregadores.


O Executivo Nacional noticiou no último ano que seria realizado um encontro com representantes do Haiti, da República Dominicana, do Peru, do Equador e da Bolívia, mas, ainda assim, o problema não está nem perto de ser solucionado. Até os representantes do Acre já foram para Brasília – DF, por diversas vezes, em busca de encontrar soluções para o surto, mas a data provável para decisões será o próximo dia 31, sexta-feira.


Segundo o secretário de direitos humanos do Acre, Nilson Mourão, a população local também demonstra sinais de exaustão com a presença dos novos habitantes, que estão superlotando os serviços públicos da cidade.


 O coordenador do abrigo ainda afirmou que “a maior parte deles só fica aqui até saírem os documentos, depois partem para o Sul e o Sudeste, por conta própria ou com a intermediação do governo, que os ajuda a encontrar emprego. A Polícia Federal está trabalhando e consegue emitir documentos para 70 pessoas por dia, então, logo a situação deve estar mais tranquila”, explica Damião.


Na espera da ajuda efetiva do governo federal, o governo estadual tenta melhorar as condições do abrigo. Só nesta semana, cerca de 300 novos colchões foram levados para Brasileia, e uma equipe especial da Secretaria de Saúde montou posto no abrigo para prover atendimento preventivo aos imigrantes. Além disso, um batalhão de policiais fardados e desarmados está reforçando a segurança no local, que passará a contar com atrações culturais a partir desta semana.


A expectativa é que nos próximos 10 dias a população do abrigo em Brasileia caia para pouco mais de 600 pessoas.


De acordo com alguns estrangeiros, os coiotes cobram, em média, US$ 4 mil para trazer os haitianos até a região do Brasil. Todo o trabalho é iniciado na República Dominicana, passado pelo Equador e tendo como ponto final o Peru.

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 Os registros do abrigo de Brasileia mostram que 1.465 haitianos entraram no país por aquela fronteira em dezembro; outros 1.057 haitianos chegaram até dia 22 de janeiro.


O senador Jorge Viana (PT/AC) afirmou ao Programa Voz do Brasil, do Governo federal, que a cidade de Brasileia não possui condições de abrigar e suportar os imigrantes que chegam em grupos. De acordo com ele é impossível que o Estado, neste momento, arque com as despesas de alimentação e hospedagem de tantas famílias.


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