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JC chama modelo de desenvolvimento do Acre de Pilantrinha

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Jairo Carioca – da redação de ac24horas
jscarioca@gmail.com


Correia_01Dois apertos no interfone foram suficientes para que o portão da velha casa se abrisse. Uma senhora me conduziu pelo corredor do lado direito que deu acesso à cozinha e, posteriormente, a uma área com uma rede azul atada, mesas e cadeiras vazias.


– O João Correia está no banho, pediu que o senhor esperasse um minutinho – disse a gentil senhora.

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Cinco minutos depois, lá vem ele, arrastando a chinela no assoalho de madeira e abotoando os botões de uma blusa preta, com o semblante de quem descansou naquela tarde. Após os cumprimentos de praxe, sentamos e tomamos um café preto.


Entre um gole e outro de café, surgiu o tom da entrevista previamente marcada. Sem perder seu estilo erudito, João Correia (JC) abriu sua análise ao cenário político afirmando que “a oposição tem sido refratária”. Para o peemedebista, o caminho proposto pelo deputado federal Márcio Bittar (PSDB) “nasce morto”. JC disse que essa política praticada pelo tucano bloqueia uma série de pessoas que ficam inércias, e pior, “amaldiçoando uns aos outros”.


Citando exemplo da política adotada entre tucanos e petistas de São Paulo, ele foi mais agudo: “é uma coisa quase de doença mental não compreender que esse modelo de apenas uma candidatura para enfrentar o Sebastião Viana não funciona”.


Ao defender o que chama de “unidade plena”, João Correia convoca militantes, filiados, simpatizantes e a sociedade em geral para um profundo debate, inclusive do modelo de candidaturas para 2014. “O povo tem sido muito mais sábio do que as lideranças de oposição”, voltou a cutucar.


Recorrendo a história ele lembrou Vladimir Lenin, comandante da revolução russa que influenciou teoricamente os partidos comunistas de todo o mundo com contribuições que resultaram na criação de uma corrente teórica denominada leninismo. Para JC, não existe um projeto de desenvolvimento pronto e acabado, neste tema, ele criticou o atual governo ao dizer que “essa é uma tolice acadêmica, econômica e intelectual, uma invenção malandra e diria pilantrinha desse modelo que está no poder que tem levado o Acre aos piores índices de desenvolvimento humano”, completou.


Ocupado com a conclusão do semestre do curso de economia na Universidade Federal do Acre e concluindo curso de direito na FAAO, JC vai se tornar um causídico, se prepara para fazer a prova da OAB e atuar na advocacia, mas disse que ainda se sente muito feliz quando é consultado para falar sobre política.


Ele concluiu a entrevista falando da REDE – que não é a REDE de Marina Silva – mas a rede social. João disse que se sente muito bem, com saúde e atrás de uma namorada.


Veja na íntegra a entrevista com João Correia.


Correia_02ac24horas – João a oposição fez uma reunião na última semana para começar a conversar sobre as eleições de 2014. Como o senhor ver esse cenário?
João Correia – O mais importante salientar no cenário político do Acre é a enorme politização, a capacidade de compreensão da população na rejeição ao modelo político que está ai. Ao mesmo tempo em que existe essa clareza, essa sabedoria na população mais simples e humilde, existe uma incapacidade de compreensão nas oposições, no papel que a ela é reservado, para potencializar essa força da população em vitória.


ac24horas – O senhor acredita nessa proposta de união das oposições?
João Correia – Tem dois tipos de unidades propostas: a primeira é a unidade que nasce morta, destrutiva que seria uma única candidatura para enfrentar o atual governo.


ac24horas – Por que o senhor diz que esse modelo nasce morto, as principais lideranças defenderam isso na eleição passada.
João Correia
– Defenderam um modelo que fracassou exatamente porque esse modelo não permite o debate, a discussão do ponto de vista político, amplo, de programas dos partidos, das ações. Esse modelo se ancora somente em uma visão pessoal, particular, acaba bloqueando uma série de pessoas que ficam inércias, paradas e pior, amaldiçoando uns aos outros.


ac24horas – O senhor diria que isso foi um dos pontos que contribuiu com a derrota de Tião Bocalom em 2012.
João Correia –
Com absoluta certeza. E acrescentaria as vaidades, egolatrias, os interesses familiares, pessoais, cooperativos e econômicos. Não dá para ganhar a eleição com a oposição machucando a própria oposição.


ac24horas – E com todos esses exemplos o senhor ainda acredita que é possível unir? Unir de que forma?
João Correia –
De forma plena. O povo não quer esse tipo de unidade com uns falando mal dos outros. O povo é muito mais sábio do que as direções das oposições. Ele quer a unidade plena para ganhar e governar. Temos que nos reunir e discutir plenamente, pacientemente, uma, duas, três até quatro candidaturas, agora, com um ponto prévio que cada um candidato vai dizer ao seu partido, a sua coligação, ao povo do Acre: eu sou candidato represento esta aliança, mas o nosso adversário é o PT, somos aliados a partir do momento inicial de todos os membros da oposição e o que for para o segundo turno será abraçado.


Correia_03ac24horas – E por que esse modelo não deu certo no segundo turno das eleições para prefeito?
João Correia –
O que vimos naquela eleição foi uma verdadeira carnificina. Se juntou todos contra o Bocalom como se ele fosse o pior inimigo. Qual é a condição que um membro desse vai ter de no segundo turno pedir votos? Foi a razão principal da nossa derrota, o fogo amigo e inimigo.


ac24horas – Essa lição foi aprendida, ou seja, a oposição amadureceu para não cometer esse mesmo erro?
João Correia –
Assistimos a uma mesmice. Deveriam se espelhar no que aconteceu em São Paulo. Lá o Serra era favorito, o Haddad não era. O que aconteceu, o [Gabriel] Chalita agrediu, batalhou contra o Serra, não tocou no Haddad. Teve uma votação enorme, quando foi para o segundo turno ele também não pediu voto para nenhum porque o papel já havia feito no primeiro turno.

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ac24horas – Naquela oportunidade, o Congresso aprovou a criação do PSD para dividir o PSB. Por que o mesmo Congresso restringiu a criação de novos partidos na atualidade?
João Correia –
Exatamente porque agora não interessa para a presidente Dilma, outros palanques. Ela sabe que com Marina, Aécio Neves e o Eduardo Campos, temos segundo turno e ai ela [Dilma Rousseff] por uma série de complicações pode perder as eleições.


ac24horas – Este é o mesmo cenário do Acre, ou seja, o senhor defende mais candidaturas pelas mesmas razões?
João Correia –
Com certeza. Mas a oposição do Acre não compreende isso. A oposição do Acre tem sido refratária, é uma coisa quase de doença mental não compreender que esse modelo de apenas uma candidatura não funciona. Temos que sair do armazém do Ferreira. Tudo que esse governo quer é disputar com apenas um candidato de oposição. Este poder é inescrupuloso, é capaz de vender a própria mãe, de fraudar politicamente, economicamente e de todas as maneiras que já conhecemos.


ac24horas – E como ficaria a candidatura ao senado?
João Correia –
Seria uma questão estratégica. Apenas um candidato ao senado com três ou quatro palanques.


ac24horas – Mas e quanto a fidelidade partidária, isso seria legal?
João Correia –
É possível se chegar a um entendimento com palanques. Essa aliança, eu repito, tem que acontecer preliminarmente. A candidatura ao senado é de apenas um turno. Se sair com dois nomes, um deles estará traindo, se não os dois!


correia_04ac24horas – Esse pensamento de pluralidade de candidaturas ao governo vai de encontro ao PSDB que foi o partido que mais cresceu nas últimas eleições.
João Correia –
Eu diria que estou certo e que o Márcio está inteiramente equivocado. Esse debate tem que ir para o povo. Exige-se publicidade. Segredo é para quatro paredes. Eu luto por isso há 12 anos.


ac24horas – O que de pior pode acontecer com a oposição?
João Correia –
O que de pior pode acontecer com a oposição é uma de Isnard Leite, ou seja, o povo elegeu o Flaviano Melo e o Isnard achou que era dele e se cercou apenas de um pequeno grupo. Se a oposição fizer isso ela tem que dizer ao povo acreano que sai da política.


ac24horas – E quanto o debate sobre um modelo de desenvolvimento econômico?
João Correia –
Eu bato palmas, embora ache uma tolice acadêmica, econômica e intelectual essa história de projeto político, uma invenção malandra e diria pilantrinha desse modelo que está no poder que tem levado o Acre aos piores índices de desenvolvimento humano. Projeto de oposição tem que reunir o que defendia Vladimir Lenin, que comandou a revolução russa com três palavras: paz, pão e terra. A oposição do Acre tem que reunir capacidade intelectual, diretrizes, mas principalmente, credibilidade, propostas simples, puras, que colem no imaginário do eleitor.


ac24horas – Qual o futuro do João Correia
João Correia –
Estou concluindo o semestre da turma de economia da Universidade Federal do Acre, concluindo o curso de Direito e estudando para prova da OAB. Estou muito feliz, principalmente quando sou procurado para contribuir com o cenário político. Vou fazer política até ficar velhinho. Também estou ligado em outra rede, a rede social. Estou procurando uma namorada (deu risos).


 


 


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