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Ministério Público formaliza denuncia contra 44 integrantes do PCC que agiam no Acre

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Jairo Carioca – da redação de ac24horas
jscarioca@gmail.com


O Ministério Público Estadual formalizou denuncia contra 44 integrantes de uma célula do PCC que estava sendo constituída no interior do presídio do Estado do Acre. Primeiro Comando da Capital (PCC) é uma organização criminosa paulistana, criada com o objetivo manifesto de defender os direitos de pessoas encarceradas no país. No Acre a quadrilha agia de dentro do presídio Francisco de Oliveira Conde e se ramificou pelos presídios de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul. O trabalho de investigação feito pelo Núcleo de Apoio Técnico do Ministério Público Estadual em conjunto com as Policias Civil e Militar, desarticulou o esquema.

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À organização foi oferecida na manhã de hoje, denuncia por formação de quadrilha. Segundo o promotor Danilo Lovisaro, essa acusação é tipificada, por se tratar de quadrilha armada integrante de facção criminosa “o que torna a pena mais longa”, disse. Na sequência das investigações, o MPE verifica o oferecimento de denuncia por lavagem de dinheiro e o tráfico internacional de drogas.


O promotor José Rui Silveira afirmou que através do trabalho conjunto vários assaltos foram evitados. Entre eles, o MPE citou a operação no assalto ao BOB´s Lanches – que a Policia chegou na hora do crime – e ao Posto de Combustível do Calafate, o Posto de Combustível da Izaura Parente, a Distribuidora de Bebidas da Galeria Meta e do cofre da empresa que administra o estacionamento do Via Parque Shopping.


Além de evitar assaltos, a investigação transferiu um dos integrantes do PCC marcado para morrer por que não estava em sintonia com o comando. De dentro do presídio, também foi encomendada a execução de um amante da esposa de um integrante da facção, ação interceptada pela investigação.


“Tinha também um policial marcado para morrer. Esse agente agrediu o filho de uma boliviana que fornecia droga para a organização”, detalhou o promotor José Silveira.


Promotores


AS INVESTIGAÇÕES:


Pela Policia Civil as investigações foram presididas pelos delegados Alcindo Junior, Karlesso Nespoli e Paulo Nizoli. Segundo o promotor Danilo Lovisaro, o primeiro passo foi a autorização judicial para as interceptações telefônicas e a busca e apreensão feita dentro do presídio Francisco de Oliveira Conde. A partir de outubro de 2012 até fevereiro deste ano aconteceu o monitoramento da célula instalada no Acre.


COMO FUNCIONAVA O COMANDO GERAL DO PCC NO ACRE:


Durante a coletiva, Lovisaro detalhou a estrutura organizada no Acre, os “cargos” do estatuto do PCC. Segundo o MPE, Thiago Silva Gomes (Mestre dos Magos) era o comandante geral da organização, “quem recebia instruções diretas de São Paulo e Mato Grosso do Sul”, acrescentou. Thiago foi quem iniciou a montagem de um verdadeiro organograma do grupo, passando a comandar algumas ações de dentro do presídio. Uma delas, a morte do cantor e compositor Franco Silva, comandada por Thiago, em Rio Branco.


Para se ter uma ideia no nível de organização do comando, existia uma figura chamada de “cebola” responsável pela cobrança de uma taxa de mensalidade que no Acre era de R$ 400. No Estado de São Paulo, segundo informações do MPE, a taxa chega a R$ 840.

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“Quem participa do PCC pagava essa mensalidade, chamada de “cebola” no jargão do grupo, ele agia junto com o “salveiro” que era a pessoa que passava as ordens de comando”, detalhou Lovisaro.


Além do Comandante Geral, outro cargo apontado na investigação, foi o de “Geral de Rua”, pessoas, segundo o MPE, de fora do presídio, todos cumprindo regime semi-aberto. Ainda de acordo as informações, essa figura dividia a cidade em zonas, responsáveis pela expansão do grupo e novas filiações. No Acre, a organização conseguiu ampliar suas atividades nos presídios das cidades de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul.


BATISMO DE INTEGRANTES


Segundo o MPE, não era qualquer um que participava do comando. A investigação conseguiu documentos que levaram a um estatuto do PCC, com regras e sanções rigorosas que determina à sentença de morte. Nas informações, existem cadastro e nomes de “padrinhos”, que indicavam os novos filiados.


“Até as faculdades onde o integrante esteve preso consta no cadastro, além do passado criminoso do integrante, um registro formal de quem integrava o PCC”, falou Lovisaro.


O CUSTEIO DA ORGANIZAÇÃO


O promotor Rodrigo Curti apresentou outra organização da facção, chamada de “Rifa”. A rifa, segundo a investigação é paga para ajudar familiares do PCC que passavam por dificuldades, tinha sorteio que seguia a numeração da Loteria Federal, “uma espécie de manutenção social chamada na linguagem da facção de RS que ajuda familiares dos presidiários que passam por dificuldades”, disse Curti.


REMANEJAMENTO DOS CABEÇAS


Ainda de acordo informações do promotor Lovisaro, os “cabeças” do grupo foram enviados, a pedido da Policia Civil do Acre, para o presídio de segurança máxima de Porto Velho e os demais ajudantes do comando, colocados em regime disciplinar diferenciado (RDD) no presídio estadual.


A SEQUÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO


Outro aspecto de investigação que continua tem respeito a toda movimentação financeira dos integrantes da célula do PCC. O MPE garante que foi feito o pedido de quebra do sigilo bancário, “informações que dependem de prazos maiores que serão repassados pelo Banco Central e que vão depender do tamanho dessa movimentação financeira”, comentou.


Além da Associação para o Narcotráfico, os integrantes denunciados devem ser processados pelo crime de lavagem de dinheiro.


GLOSSÁRIO DO PCC


O Ministério Público do Estado do Acre monta um glossário com as palavras utilizadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), trabalho, que segundo o promotor Rodrigo Curti, vem sendo realizado há seis anos pela Policia de São Paulo.


APRESENTAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO

Apresentação PCC


 


 


 


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