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Pesquisador denuncia comércio ilegal do veneno do sapo kambô; fora do Acre a aplicação de vacina pode passar de mil reais

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Pesquisador da Universidade Federal do Acre, o Dr. Paulo Sérgio Bernarde declarou nessa terça-feira (18) que o veneno do sapo kambô está saindo do Acre de forma ilegal, para ser aplicado em grandes centros urbanos por pessoas que se auto intitulam ‘xamãs’, e colocam em risco a vida de gente que chega a pagar mais de mil reais pelas aplicações.


“É ilegal o comércio do veneno do (sapo) kambô do Acre. Algumas pessoas vêm de fora do estado, compram por um preço baixo dos indígenas e de outras pessoas, e levam o veneno em palhetas para aplicar nas grandes capitais”, denuncia o professor. Segundo ele, algumas palhetas foram contrabandeadas até para Europa.

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Com o artifício de levar as palhetas contendo o veneno, os biopiratas tentam enganar as autoridades, já que na prática não carregam o animal, o Phyllomedusa bicolor, uma perereca que, de acordo com índios Katukinas de Cruzeiro do Sul, produzem inúmeras propriedades curativas.


Denúncia em vídeo


A declaração do pesquisador e autor de três livros sobre répteis e anfíbios (Anfíbios e Répteis do Brasil; Serpentes peçonhentas e acidentes ofídicos do Acre e de Rondônia), Paulo Sérgio Bernarde, foi registrada em vídeo pelos jornalistas Dilson Ornelas e Elson Costa nesta terça-feira (18).


Ele conta que em Cruzeiro do Sul, no extremo oeste do Acre, a aplicação do kambô pode ser feita de graça ou por no máximo R$ 20,00. “Lá fora eles pagam até R$ 800,00 ou mais por cada aplicação. Isso é comércio ilegal de produto oriundo da fauna silvestre. Isso está previsto em lei”, garante o pesquisador.


Bernarde é de opinião que é preciso registrar os direitos de patentes para os indígenas, que deveriam ter uma participação nos lucros sobre qualquer medicamento elaborado à partir das propriedades encontradas no anfíbio.



“Se não fizermos pesquisas com o potencial farmacológico do veneno desses anfíbios, outras pessoas do exterior podem fazer e ainda existe o risco de biopirataria”, defende.


Desde que mora no Acre, o professor já tomou a vacina do kambô dez vezes, por diferentes motivos. Voltando a falar do tráfico do veneno do anfíbio para os grandes centros urbanos Bernarde alerta: “Eu acho arriscado tomar a vacina fora do Acre, para fazer isso tem que ser feito com quem sabe”.


Dilson Ornelas, de Cruzeiro do Sul-AC


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