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Hospitais que deveriam ter sido entregues no ano passado, não foram concluídos porque empresário diz que “governo deu calote na construtora”

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Jairo Barbosajbjuru@gmail.com
De Cruzeiro do Sul


No dia 8 deste mês, o governador do Acre, Sebastião Viana (PT), acompanhado por deputados e secretários estaduais, esteve nas cidades de Porto Valter e Marechal Thaumaturgo, para entregar insumos e implementos agrícolas para moradores das zonas rural e urbana, dentro do Plano de Desenvolvimento Comunitário. Nesta viagem, o governo petista anunciou que deixou mais de R$ 1,1 milhão de investimentos.

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Os números são considerados grandes para duas pequenas cidades do interior estado, que juntas possuem pouco mais de 23 mil habitantes, e se tornam maiores ainda quando comparados com os valores que faltam o governo repassar para concluir a construção de dois hospitais da família, que pelo prazo estipulado para entrega da obra, deveriam está funcionando ha mais de um ano.


Para melhor compreensão da falta de compromisso do governo do médico e Sebastião Viana (PT) para com o setor de saúde no Alto Juruá, a reportagem passa a seguir, a revelar os valores e os prazos para a entrega dessas unidades, que estão tão atrasados quanto os repasses do governo para a empresa contratada.


Em maio de 2010, numa solenidade realizada em Cruzeiro do Sul, o governador Sebastião Viana assinou ordem de serviço autorizando a construção de dois hospitais da família, um em cada cidade, ao valor de R$ 354 mil reais cada obra. A empresa contratada foi a Negreiros Construções, que iniciou os serviços em junho do mesmo ano. Pelo cronograma, os hospitais deveriam ser entregues á Secretaria de Saúde dentro de quatro meses. Ou seja: em outubro de 2012. Mas ainda não foram concluídos.


A empresa responsável pelas obras diz que foi obrigada a suspender os serviços porque não recebe o repasse do governo pelo que já foi construído há meses.  Por causa da demora no repasse, o valor inicial de cada obra já foi majorado e, restando apenas 20% para a conclusão de ambas, pelos cálculos da empresa, ainda faltam investimentos na ordem de R$ 400 mil aproximadamente.


Em Porto Valter, que possui uma população de  9.172 habitantes, o hospital da família, quando concluído, será a maior unidade de saúde da cidade. Lá, 63,84% da população vivem na zona rural. Nos casos mais complexos, tanto quem mora na cidade quanto no campo, viaja para Cruzeiro do Sul, em busca de atendimento no Hospital do Juruá.



As fotos conseguidas pelas reportagem mostram a situação atual da obra, que está parada e sem previsão para ser retomada. O prédio novo começa a sentir os efeitos do abandono.


Mais acima do rio, em Marechal Thaumaturgo a situação é mais críticas. Sem ter onde acomodar os leitos do antigo hospital, que foi desativado, a direção da unidade se viu obrigada a “invadir”a parte construída do novo prédio, embora ainda não tenha sido entregue pela empresa.


Médicos, enfermeiros, auxiliares, pessoal de apoio, pacientes e acompanhantes ocupam hoje uma das áreas da unidade. Em algumas salas, as pessoas dividem o espaço com o entulho da obra, parada por falta de recursos.


“Não tem outra opção. Ou a gente mudava pra cá ou atendia no meio da rua”, disse uma auxiliar de enfermagem, que por medo de represálias pediu para que seu nome não fosse publicado na reportagem. Uma irmã de um paciente internado na unidade chorou ao ver o local onde o irmão ficou internado.

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“Eu moro no seringal e pensei que hospital era um lugar limpo, com local para atender bem a gente. Mas cheguei aqui e vi o pessoal trabalhando e sendo atendido nessa situação, dentro de um prédio que não tá nem pronto, achei isso esquisito”, diz Benvinda Dantas Firmino.


A reportagem tentou por várias vezes contato com a secretária de saúde Suely Melo, mas o telefone celular fornecido por sua assessoria, em todas as tentativas, encaminhou a ligação para a caixa de mensagens.


 


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