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Jornalista é proibida de frequentar sala imprensa e Salão Nobre da Aleac

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Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com


Em uma decisão que atenta diretamente contra a liberdade de expressão, a jornalista Angela Rodrigues, que faz a cobertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), para o jornal O Rio Branco e o jornal online contilnet, foi proibida de frequentar a sala de imprensa e o Salão Nobre da Casa. A jornalista é acusada de suposto constrangimento ao primeiro secretário da Mesa Diretora da Aleac, deputado Ney Amorim (PT).

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De acordo com o depoimento de jornalistas que estavam presente na sala de imprensa da Aleac, durante o pronunciamento de Ney Amorim [foto], a jornalista teria feito um questionamento na tela de seu notebook, sobre notícias veiculadas em jornais online, do envolvimento de um suposto assessor do parlamentar em uma apreensão de drogas e teria mostrado à Amorim. Rodrigues teria escrito a frase: “e a cocaína?”, cobrando uma retratação do petista.


O fato gerou um desconforto que ficou evidenciado na expressão do parlamentar e dos demais deputados. O clima entre os jornalista ficou tenso, após Angela Rodrigues receber ligações de seus superiores no jornal O Rio Branco. Em seguida uma das sócias do portal contilnet chegou ao legislativo estadual para tomar conhecimento da situação. A direção do jornal online informou que não aceitará pressões para afastar a jornalista da cobertura jornalística da casa legislativa.


Segundo o assessor especial da Aleac, Thiago Almeida, a proibição teria sido uma decisão dos membros da Mesa Diretora, com base no regimento interno da Casa. “A decisão é com base no regimento interno da Casa. O Salão Nobre é um espaço destinado aos deputados, os profissionais de imprensa frequentam o local pela boa relação dos deputados com os jornalistas”, disse o assessor sobre a restrição da jornalista ao Salão Nobre.


Sobre a proibição de Angela Rodrigues permanecer na sala de imprensa da Aleac, Thiago Almeida acrescenta que algumas normas não estariam sendo cumpridas pelos órgãos de comunicação, que deveriam apresentar a relação dos nomes de seus profissionais habilitados a fazer a cobertura do Poder Legislativo. O assessor disse ainda, que uma circular será encaminhada ao jornal O Rio Branco e portal Continet, com a decisão.


“Ela não será impedida de entrar na Aleac, afinal se trata da casa do povo, mas os órgãos de comunicação terão que apresentar o nome de outro jornalista para cobrir os trabalhos da Assembleia”, acrescenta Thiago Almeida, que em ligação telefônica a reportagem de ac24horas, pediu que o fato não fosse noticiado, porque “desgastaria a imagem de Ney Amorim”. Almeida disse que a Mesa Diretora estaria pensando em rever a decisão.


Por telefone, o presidente da Aleac, deputado Elson Santiago (PP), não confirmou a proibição, mas afirmou que teria feito contato com os proprietários dos órgãos de comunicação onde Angela Rodrigues trabalha, para informar o ocorrido. Santiago considerou o comportamento da jornalista inadequado para o momento. “O questionamento poderia ter sido feito no Salão Nobre, diretamente ao deputado, não de forma pública como foi feito”.


Para Santigo, o melhor seria dar um tempo para resolver a questão. O presidente disse que faria uma reunião com o deputado Ney Amorim, para apaziguar a situação e colocar ponto final no episódio. “A situação foi constrangedora, mas qual é o homem público que não passa por questionamentos? Vou me reunir com o Ney e tentar uma mediação para o problema, sem trazer prejuízos para qualquer uma das partes”, finaliza Santiago.


Nei Amorim não se pronunciou sobre o assunto ao sair da sessão na Aleac. A reportagem tentou contato telefônico pelo (68) 9985-**01, mas o parlamentar não atendeu.


O QUE DIZ ANGELA RODIGUES
A repórter Angela Rodigues [foto] se defendeu das acusações e enfatizou que não teria intenção de constranger qualquer deputado. A jornalista destacou que fez um o questionamento daquela forma, porque o parlamentar não atendeu suas ligações telefônicas, para apresentar sua versão sobre as notícias que estariam sendo divulgadas em jornais online do interior, mostrando que um suposto assessor parlamentar de Ney Amorim teria sido preso com 10 quilos de cocaína.


“O deputado não se pronunciou publicamente nem atendeu às ligações telefônicas, para apresentar sua versão sobre as declarações. Não houve qualquer comunicado oficial sobre o caso, nem da assessoria do deputado e muito menos de seu partido. Tudo que fiz foi pedir um esclarecimento do parlamentar à sociedade, sobre este fato que foi amplamente comentado, inclusive em redes sociais”, diz Angela Rodrigues.

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A jornalista disse que não se pronunciaria sobre a suposta proibição de frequentar a sala de imprensa e o Salão Nobre da Aleac, já que não tomou conhecimento da punição. “Tudo que sei é o que o assessor da Mesa Diretora falou que eu seria processada pelo deputado e pela Aleac. Amanhã farei meu trabalho normalmente. Vou a Aleac e só falarei sobre essa proibição, quando eu for comunicada”.


Segundo informações de colegas de trabalho de Angela Rodrigues, sua cabeça teria sido pedida por pessoas ligadas à Aleac.


O QUE DIZ O SINJAC


O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Acre (Sinjac), Marcos Vicentti revelou que não tinha conhecimento do caso envolvendo a jornalista e o deputado. Marcão destacou que fará uma visita à Aleac, para conversar com Ney Amorim e ouvir sua versão. Em seguida se reuniria com Angela Rodrigues, só depois poderá apresentar se pronunciar com mais clareza no caso.


“Oficialmente vamos conversar com o deputado e ouvir a jornalista. O sinjac vai apurar a situação, que parece grave. Sobre a proibição vou tentar mediar uma saída para esta situação, mas só poderei fazer uma avaliação e apresentar o posicionamento do sindicato, após fazer a apuração dos fatos”, justifica Marcos Vicentti.


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